segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Derradeiras aventuras culinárias do ano

Estas são minhas últimas invenções na cozinha. Batizei de "furdunço" de reveillon: o que está no vidro foi um misturão de carne de soja, ervilha, tomate, batata, cenoura, mostarda, shoyu, manjericão, orégano, cominho, coentro, ervas finas, zathar, alho, girassol, quinua, gersal, louro e salsa. Já a sobremesa da tigelinha de metal tem madju, chá de frutas vermelhas, creme de soja que imita o de leite, mel, canela e geléia de uva. Foi um surto de criatividade pré 2013 e ainda está a caminho da ceia (este ano uma irmã adotiva vai comer com a família e só eu e ela não comemos carne). Também levarei a farofa de soja e em caso de reprovação generalizada, contaremos com o arroz, a salada e as torradas com pesto. Seja o que Deus quiser. A novidade desta última incursão à cozinha foi fazer sóbria, não sair de perto do fogão enquanto as coisas não terminaram e limpar a área antes de sair de casa.
Neste ano consegui uma das graças mais importantes pedidas em meu jejum de quaresma (apesar de não ser mais católica, Deus me atendeu mesmo assim): me livrei da doença da esperança que me dava preguiça de viver. Quebrei consideravelmente a cara no trabalho e no amor, mas estou enterrando em 2012 um "coração viciado em amar errado" e o hábito de "dar meu fígado no trabalho", já que essa não é a linguagem capitalista que funciona no mercado.
Mas retomei as paixões pela dança, teatro do oprimido, dramaturgia, caminhada, capoeira que são o que dão gás nesta vidinha!
Tive uns "pire paques", mas está tudo sob controle nesta altura do campeonato.
Fiz de novo trabalho voluntário e estou meditando na medida do possível.
2013 terá que ser muito, muito, muito melhor que este ano, uma transição dificultosa.
Evoé!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Baco ajuda de novo

Andei meio traumatizada de me meter na cozinha depois de três fracassos retumbantes, mas como meu lema é o de que "cozinhar é a metáfora da vida: não deu certo tem que tentar à exaustão, desistir está fora de questão", voltei à cena novamente e desta vez a eleita foi a lentilha. Dei uma planejada e coloquei no molho na véspera, que uma nutricionista especializada em vegetarianos (ou veganos, não lembro bem) recomendou num bazar vegano em São Caetano para colocarmos tudo que é grão na água na véspera, pois eles tem um fe... não sei das quantas que nos rouba coisas importantes. Para uma jornalista, está um blog mega informativo né? Mas cozinhar é intuição, para que especificar tanto? Não estou me dirigindo a nutricionistas ou chefs (estes definitivamente nem resvalam aqui). Juro que googlei este dado, mas como não apareceu, só aquela nutri ruim de responder e-mail sabe.
Uma vez tinha comido lentilha numa virada de ano, por causa daquela história dela dar sorte. Mas não gostei, na ocasião achava que o problema era ela, hoje desconfio que foi o tempero, parece que onívoro sempre prepara do mesmo jeito (parece?). Bom eu cozinhei uma xícara, coloquei uma dúzia de fatias de berinjela, abobrinha e cenoura (cada), um tomate, duas colheres de sobremesa de alcaparra, duas de sopa de palmito, uma de sopa de quinua, amaranto e girassol (cada), colherezinhas de sobremesa de cominho, coentro, curry, gersal, manjericão, alho granulado, salsa, zathar, ervas finas, orégano e "fios" de shoyo e mostarda. Um detalhe importante é que ponho tudo duma vez e vou mexendo, primeiro calculei vinte minutos (era o tempo do arroz antigo), mas não sei se com mais ingrediente ou o meu fogão desregulado, foram mais de 45 minutos.
E mais uma vez, o ritual da alquimia parece só ter funcionado por invocação ao deus Baco e pela companhia do vinho, ainda que numa inadequada xícara, que a última taça de licor foi quebrada.
Mas os objetos têm história, meu professor da Biblioteca Hans Andersen tem razão: fui lembrando que esse prato chegou aqui há nove anos, por uma família vizinha, cujo filho não foi ao meu casamento por dizer que na hora em que ouvisse "que se alguém tivesse algo contra que se pronunciasse", interromperia, mais ou menos três anos atrás esgotamos toda a antiga paixão infantil, que terminou há uns sete meses e hoje imposto minhas mãos para agradecer a energia do terra ao alimento e do alimento ao meu estômago e estou leve, zerada dessa lembrança, só faz parte do memorial desse apê. Benza Deus!
Essa mesa também é um mural de recordações: cruzeiro para Santos, Portobelo e Ilha Bela, minha infância e amiga da época dos dentes de leite, prima do Paraná, recordações de Salvador, Monte Verde e zona norte... Para que toalha? Vou comendo e puxando pela memória...
Ah sim, achei que ficou me lembrando os dahl que já comi no Gopala e gostei pois deve ter mais tempero que comida... Minha mãe e diarista aprovaram, já meu pai achou "mais ou menos" depois de muita chantagem para experimentar, mas ele já tinha dito que não foi lá muito boa a interação com a comida baiana (e acho a indiana tão temperada quanto).
Hoje foi a vez de estrear um novo arroz "zilhares de grãos", também com todos os legumes e temperos acima, mais umas folhas verde escuras (sempre confundo a rúcula com o agrião). Mas a Santa das Colheres de Pau recomenda: não cozinhe lavando os ingredientes com água salgada. E acho que sem Deus do Vinho não é a mesma coisa, mas com os remédios da sinusite, estamos com interação suspensa... Achei que sairia meio "canto de mesa", carreguei no shoyo e gersal (mesmo sabendo que ele pode me roubar muita coisa importante na urina) e ele ficou assim, com gosto, mas nada muito de comer ajoelhada e tal. Acho que nem vale o clique. Parece que só por ter mudado da marca Taeq para Grings já tem todo um "reacomodar a relação".
Na última festa de família me safei com patês, torradas, frutas e minhas castanhas e amêndoas, pois não comi fritura, carne, leite, derivados, mas estava tirando de letra: tinha muita gente para por o assunto em dia, então mudava facilmente a pauta. Já revendo primos ligeiramente mais abastados, foi ligeiramente opressor ouvir no fim do pedido na pizzaria no telefone algo como "se é difícil para vocês, imagine para nós" e me acharem parecida com os jainistas (que andam de véu e varrem o chão para não engolirem nem pisarem insetos). E o presente de loja com mão de obra análoga à escravidão? Cara de paisagem. Não à toa voltei corta pulsos depois da pizza de rúcula e tomate seco. Pô, vai cair a mão da pizzaria tirar um ingrediente? Não é linha de produção fabril. Nem sou totalmente vegana ainda. E meus colegas crudíveros? Quem ouve o "tratorzinho da minha vida" acha que tem a filha mais dificultosa do mundo....
Esqueci a trilha das horas das receitas, mas no momento de puxar pela memória como foram as últimas "maravilhosas cozinhas de Ofélia", elegi a porra louca da Amy Winehouse. Ainda bem que hoje ela me lembra mais as piadinhas virtuais e discussões pessoais pós morte de overdose do que uma paixão meio virada de ponta cabeça regada com sua voz...
Depois de besuntar muito meu piso eu finalmente comprei uma passadeira na feira e agora protejo a parte da frente da pia. Peguei a lona mais diferente da barraquinha e ainda contei com ajuda para carregar na volta, pois também trouxe os caixotes que reformarei para fazer uma nova estante. Sei que o cardápio está saboroso, mas esse eterno buraco no estômago me faz pensar se um colega da Veddas tem razão, pois acha que estou comendo errado. Mas minha gastrite sempre foi meio "parecida com morrer de fome na Somália". E tomando antibiótico para sinusite então? Façamos torcida organizada para eu sobreviver, pois esta alergia caprichada me rendeu três noites de delírio semana passada.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Entre mortos e feridos...

Devo confessar que os últimos dias na alquimia "dificultosa" de cozinhar não têm sido fáceis. Tentei adaptar a receita de cupcake de açaí, pondo alfarroba e as farinhas de uva e laranja que trouxe da zona cerealista, mas tudo que consegui foi um doce "bonitinho mas ordinário" (juro que tinha fotografado, mas a imagem foi tragada pelo buraco negro do meu computador). Ainda bem que prometi uma surpresa do meu niver para as amigas, mas não arrisquei fazê-las experimentar e elas esqueceram, ficando o dito pelo não dito... Foi uma temporada de desastres antes de acabar meu inferno astral: tentei cozinhar o feijão azuki, que tinham me dito não ter gosto de feijão (é, não fiz as pazes com ele desde a infância comendo obrigada), mas queimei e tive que acender muito incenso para me livrar do cheiro aqui em casa. Para fechar com chave de ouro tentei fazer a receita de queijo com tremoço do VegVida e que vontade de chorar com o gosto de levedo de cerveja...
Aprendizados (já óbvios para iniciados de longa data em culinária, mas para quem está na brincadeira há 6 meses, são conclusões significativas): se não for Phd em panela como minha tia Rita do interior que explica tudo com "coloque um pouco", não reinvente uma receita detalhadíssima; jamais cozinhe em fogo alto, mesmo quando ele está desregulado e você costuma levar o dobro de tempo que as receitas recomendam (tomar banho com panela no fogo, nem sob tortura) e há certos produtos "vegano advanced", que é melhor comprar do que arriscar em casa (como o tal queijo, pelo menos foi minha experiência não com o de macadâmia, que é feito pelo pessoal do mesmo site).
Agora em minha versão semi nova já fiz caneloni de berinjela (sem foto pois era comida "à prova de retardado", comprada pronta para encarar um forno, diretamente da zona cerealista) e hoje fiz cuscuz com legumes (faz tempo que minha prima falou de me ensinar, mas encontrei um semi pronto na rua Mercúrio ou Santa Rosa, não sei ao certo e é a segunda vez que ele sai "glória, glória aleluia").
Depois de meses tentando contar com minha memória e ficando na mão (tenho facilidade só com nomes, mas receitas envolvem números, meu ponto fraco), adotei o saudável hábito de deixar um caderninho na cozinha para anotar depois que deu certo os detalhes (isso também começou depois que acertei o pão, mas como fiz junto com patê de tomate seco, agora misturo e confundo os detalhes de um com o outro e não sei se conseguirei algum dia repetir a façanha...). Neste caso do cuscuz... Foram 250 gramas deste produto já semi pronto (a marca Divella achei lá na zona cerealista), uma colher de chá de gersal, salsa, manejricão, curry, alho granulado, zathar e coentro (dão 7, uma de cada), meia dúzia de fatias de cenoura, abobrinha, tomate e berinjela (somam 24, são 6 de cada), uma colher de sopa de quinua, amaranto e semente de girassol (totalizam três, pois usei uma de cada), uma folha de louro, uma colher de sopa de azeite, duas colheres de sopa de palmito, duas colheres de sobremesa de alcaparra, um fio de shoyo e uma colher de sopa de azeitona. Cobri com água e deixei uns dez minutos no fogo baixo. Como o prato ficou colorido, acho que acertei no que os nutricionistas recomendam. Desta vez não ficou nem com "sabor suave" (jeito educado de dizer sem gosto) e nem "gosto marcante" (forma enviesada de classificar quando fica forte demais). Pela primeira vez prestei atenção de a cada ingrediente por um tempero a mais. E tomando um vinhozinho ao som de Queen, só podia comer gemendo no final!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Café da noite

Estou sumida por andar "apanhando" das receitas. Tentei fazer um pão, substituindo o sal e o açúcar por todos os temperos que vocês podem imaginar (coentro, cominho, curry, manjericão, salsa, orégano, zathar, ervas finas, gersal e o que mais pintou em cima do meu microondas), colocando azeite no lugar da manteiga, mas enfim... Deu no que deu! Posso assassinar um com meus primeiros pães bolinha veganos "tempero descontrol". Não encontrei a receita que me inspirou, mas também acho que pegaria mal associar com meu primeiro desastre panífico.
Ah sim esses pãezinhos também ganharam palmito, alcaparra, farinha e água, mas estão esfarelando à primeira mordida, durinhos como uma primeira receita do gênero tem que ser. Durante esta primeira experimentação ouvi esta trilha, quem diria, indicada por um ex roqueiro xiita, muito mais eclético hoje.
Nesta segunda, depois de ouvir a proposta mais indecorosa dos últimos meses, abstraí na cozinha. Quase fui fiel ao que recomenda este be a bá do pão de forma vegano encontrado no site Veganismo. Foi usado gersal ao invés do sal comum, mel no lugar do açúcar, azeite pois não tinha óleo, incrementei com quinua, amaranto, amêndoas salgadas e castanhas do Pará picadas. Estou tão emocionada: dessa vez está desmanchando, um negócio que dá dó de não ter com quem dividir, ficou um troço! Deixei descansando duas horas, mas como não crescia, além do fermento coloquei uma pitada de bicarbonato. Ficou uma hora no forno médio, mas meu fogão é tipo uma lástima.
Sei que isso não é forma de pão, mas acabei de começar a fazer graça na cozinha, não tenho utensílios tão específicos assim, veja bem! Para acompanhar fiz um patê com uma xícara de tomate seco, a água em que ele ficou de molho, uma colher de azeite, meia dúzia de folhinhas de louro, meia xícara de alecrim, 1/8 de xícara de semente de girassol que passei rápido na frigideira com azeite (tem que ser rápido mesmo, pois começa a fazer um barulhinho como se estivesse estourando igual pipoca), três pitadas generosas de salsa desidratada. Bati no liquidificador, que tem pedido água por um processador de alimentos.
Ele tem, digamos assim, sabor marcante. Mas o pão é tão gostoso que o negócio é comê-lo sem nada! O que dá dor no coração é que inventar muitas trocas na hora do "vamo ver" significa que nunca mais repetirei essa façanha... Parece o pão não cresceu, mas na verdade desconfio que não tinha as 500 gramas de farinha que a receita original pedia, então foi o que tinha, já que sou péssima com medidas.
Fazendo eu ouvi uma seleção do Eric Clapton e depois Manu Chao. E agora tentando lembrar tudo que misturei estou escutando a cantora portuguesa corta-pulsos Mariza. Ah, para acompanhar o que criei fiz o chá tchai, mas com água que o calor está bombando. Mesmo assim com as especiarias indianas esquenta horrores.

sábado, 24 de novembro de 2012

Recriando pós almoço...

Depois de baixar a Dita em mim, faxinar a cozinha e querer sumir do apê pq serviço doméstico é estilo "todo castigo para corno é pouco", você acabou, começa de novo e não tem remuneração, quis fazer sobremesa - milagre, eu raramente quero me meter a reinventar doce. Isso depois de ouvir Nando Reis, Capital Inicial e Glaucia Cris e os Dandis.
Vim pesquisar na Internet. E a inspiração foi: http://chubbyvegan.net/receitas/pudim-mousse-de-chocolate/. Só para não perder o costume, não tenho todos os ingredientes em casa - e olha que caprichei nas últimas idas à zona cerealista e sacolão heim? Fui adaptar na cozinha... Fervi água, açúcar e adoçante para tentar completar as duas xícaras propostas no site. Bati no liquidificador: tofu (sei lá se era soft, mas a geladeira ajudou a mudar a consistência dele), um pouco mais que uma xícara de cacau em pó orgânico, dois fios de mel, uma colher de chá de canela, outra colher de chá de alecrim, uma colher de chá de manjericão, mais um fio de leite de coco.
É uó tirar isso do liquidificador depois. Será que em processador de alimentos é melhor? Ficou "diferentoso", digamos que ideal para paladares audaciosos! E vai durar horrores, pq não sou tão doceira... Ah não ser que algum leitor resolva vir experimentar hehe Bem, durante o processo ouvi The Cure. E agora, contando para vocês, Secos e Molhados. Que furdúncio musical heim?

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Como cozinheira, sou uma ótima escritora...

Pelo menos já publiquei um conto e um resumo de uma das minhas peças pela Editora Guemanisse. Quer conhecer uma autora semi inédita de sucesso? Pergunte-me como. Como desconfio que mulher é uma eterna insatisfeita, decidi reformular a linha editorial desse blog. Ao invés de continuar enfatizando o como, darei preferência ao porque - sempre costuma ser o aspecto mais interessante quando contamos uma história mesmo! Mas ainda assim vou procurar dar mais ou menos o caminho das pedras, só que já vou avisando que sou uma lástima com números, ou seja, sem um medidor preciso em casa, como posso determinar quantos mililitros ou gramas foram numa receita? Como sou brasileira e não desisto nunca... Continuo a pedalar! Continuo a pedalar!
Neste feriado fiz uma maratona cinéfila que  começou vendo Querido John. Eu sei, o longa não condiz com uma pessoa cabeçóide como eu, mas tinha acabado de acordar e só queria "desopilar o fígado", como diz minha mãe. Pergunta se consegui? No fim, já estava chorando com aquele amor Quadrilha "João amava Teresa que amava Raimundo..." do Drummond que tinha nesta história. Fora que quando tem guerra no meio eu inevitavelmente fico descompensada. Com uma manhã destas eu tinha que pegar leve no almoço, certo?
Minha ex chefe diz que ela vai entrando no clima antes de escrever: põe uma música, vai sentindo a ideia chegar, depois é que senta no computador. Ainda quero experimentar um processo em suaves prestações assim. Comigo os textos derramam, aos borbotões. Mas cozinhar não. Tento entrar no clima com antecedência. Só que ontem queria aproveitar a sessão popular do Gay Caneca e de casa para lá tenho que pegar um cipó, uma balsa e um bonde e adoro uma culinária semi artesenal, então, estou praticamente sempre atrasada. Mesmo assim, escolhi trilha sonora para começar a pesquisar a receita. Confesso que não ouvi muito, pois rapidamente me apaixonei pelo inspirador Receitas Éticas recém descoberto e fui me ligando nos sons provocados pela alquimia lá na cozinha. Acha que consigo seguir alguma coisa à risca? Nunca tem os mesmos ingredientes em casa e minha imaginação é um barril de pólvora.
Lembrei que tinha comprado paella vegetariana na zona cerealista. E lá fui eu para a panela. Sei que confundo internautas menos afeitos ao fogão como tia Rita fazia com novatos de colher, mas juro que fui metendo na panela meio a esmo: as 100 gramas da paella que comprei no Armazén Paulista e não sei o que contém (a embalagem deles é tão específica quanto minhas instruções), pitadas de gersal, curry, coentro, zathar, Sabor a Mi sem pimenta e farinha de espinafre, um fio meio generoso de leite de coco, duas colheres de sopa de palmito, uma colherzinha de chá de alcaparras, um fio mais receoso de maionese, meia dúzia de rodelas de beterraba, cenoura, abobrinha, beringela e tomate (de cada um). Coloquei ainda meio copo d´água por lembrar do meu professor de espanhol ter feito uma vez e era quase uma sopa com mais consistência, mas como não sou fã de "comida boiando", peguei leve nos líquidos. Botei azeite generosamente também. Cozinhei uns trinta minutos em fogo médio, mas meu forno não é medida: ele está desregulado - já levou o dobro de tempo das recomendações online para temperatura semelhante. Deve ser verdade que se conselho fosse bom, ninguém dava a troco de banana e sim negociava a peso de ouro na Bolsa de Valores, mas se você quiser comer gemendo ao invés de imaginar como seria se estivesse próximo da foto da receita original, eu não arredaria pé de perto da comida antes de ficar pronta. A culinária é uma arte mais exclusivista que namorado ciumento: meia dúzia de minutos na pia ao lado para fazer o suco de laranja com couve e adoçante e a coisa já pode desandar. Vai por mim, sou Phd nisso: sempre quero vir escrever uma coisinha, por uma musiquinha, contar no Fuçabook qual o cheiro que enche minha casa. Aí, só oferecendo favores sexuais para virem experimentar!
Fui menos dispersa desta vez. Só dividi atenção com o suquinho, o esquenta da couve, strogonoff vegerariano e arroz integral no microondas e pronto: eu era toda sentidos para a paella. Mamãe ficaria boquiaberta, papai e 75% dos ex perguntariam se "a churrascaria mais próxima está chegando". Mas meu estômago que come rezando natureba, "mandou bala" gemendo. TINHA GOSTO E ERA BOM! Após acender uma vela à Santa Glutona em agradecimento, fui processando as memórias e vim para cá contar com 24 horas de margem de segurança (não, não deu piriri). Gozado, a música para fazer é uma, mas para lembrar e contar, é outra. E esta sonzera anos 80 me lembra aborrescência, carro da tia que ainda me dava enjôo (só algumas montadoras detém esta exclusividade), ela me fazendo apaixonar também pela Madonna e, de quebra, matar preconceitos hereditários ainda no ninho, além de aprender inglês divertidamente.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Almoço pra lá de bom!

Já descobri a delícia de cozinhar para mim, mas vamos e venhamos, com companhia é muito melhor! 
Ontem minha amigarista (amiga e diarista) se empolgou aqui na cozinha comigo e deu no que deu!
Polenta assada, arroz integral, berinjela com azeitona, tomate comum e seco, vagem frita, beterraba e catalonia e strogonoff vegano (este levou leite de soja, de coco, Sabor a Mi, tomate, palmito, alcaparra, mostarda, louro, orégano, cominho, salsa, coentro, zathar, farinha de espinafre, um pouco de água, gersal e manjericão).
Mas ficou bom o dito cujo heim! Que emoção, comida minha com gosto meio termo: nem sabor canto de mesa e nem tinindo de apimentada (deve ser por ter dado a pimenta calabresa para o meu pai). E estão rendendo os pratos viu!

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Três horas depois...almocei!

Bem, se você não é uma tia Rita na cozinha (que é o meu caso), não comece a fazer seu almoço na hora de comê-lo, pois vai virar um almojanta. E se ainda não é chef, siga a receita! Usar de inspiração pode render uns estragos bons para tirar sarro em mesa de bar.
A inspiração foi: http://vista-se.com.br/redesocial/berinjela-a-role-recheada-com-tofu/. Mas daí não resisto a inventar e já viu! Cortei as berinjelas, coloquei tomate cortado em cima com azeitona, quinua, manjericão, orégano, Sabor a Mi, descongelei o tofu e coloquei alcaparra, tomate seco, zathar, shoyo... o arroz é de anteontem, teve louro, manjericão... Já entendi a utilidade de fotografar o passo a passo, esquecemos os detalhes depois. Cortei cenoura, beterraba e catalonia, com coentro, curry, ervas finas. Bem o arroz está neutro, é o Sabor a Mi que o salva. A beterraba e o tofu ficaram bons (fico até mais felizinha do tofu ganhar gosto, pois acho difícil acertar a mão nele sem ser oriental). Bom já essa salada... De onde me veio a ideia de trazer a catalonia para casa? Até o pesto ela conseguiu estragar, que já tinha dado certo com agrião e rúcula. Acho que fiquei compadecida da solidão dela no sacolão.
Também estou achando que quem cozinha ganha mal, seja lá quanto. É trabalho artesanal como o que fiz nos enfeites das exposições da capacitação da Turma do Bem. Como dizia meu amigo "trabalho de presidiário". Hoje foi tarefa "todo castigo para corno é pouco"
É, vai entender, hoje a cozinha me aborreceu. E eu tinha meditado antes heim! Imagine se fosse direto para as panelas. Mas vamos levar em consideração que meu fogão está problemático, levando o dobro de tempo que a receita recomenda. Também é dificultoso pesquisar na Internet e a maioria das receitas faltarem ingredientes depois de caprichar na zona cerealista e sacolão.
Para mim é alquimia cozinhar. Às vezes a transformação não acontece! Para a gente mesmo é sinal de que a auto-estima está bem, obrigada. Mas para mais amigos, é divertido! Tem sempre um experiente que salva a pátria.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Veg sem tempo? Mexidão nele!

Soube no último bazar vegano que fui que não sou a única a recorrer aos mexidões na correria. Este último teve soja, beterraba, cenoura, tomate seco, azeitona, quinua, semente de girassol, amaranto, alecrim, zathar e ervas finas. Bem, esta parte do prato deu muito certo. Já o arroz integral tinha manjericão, salsa, cominho, louro, gersal e coentro - acredite se quiser, ficou com gosto de "Vento no Litoral", para eu matar as saudades do Renato Russo, de maneira enviesada. O que o salvou foi o Sabor a Mi sem pimenta aos 45 do segundo tempo - e olha que estou tentando tirar a cebola e o alho da dieta, pois já sou suficientemente "pilhada", mas não foi desta vez!
Bom o suco... Tem geléia de uva, farinha de espinafre, manjericão e Stévia. Sem comentários. A gente come por ter feito, pensando nos benefícios para a saúde, sabe? Coisa que não convencia lá na infância.
Nada como uma misturinha de bolo para salvar a pátria! Desta vez usei a integral de maçã e canela da Ana´tureza. Saiu bem melhor que o de cenoura que fiz da outra vez. Também é semi vegano: o preparo tem ovo, mas quando indicaram por leite e manteiga, usei o azeite e leite de soja e deu muito certo. Ele só se recusou a sair da forma arredondada, mas também, quem mandou eu esquecer de polvilhar com farinha antes de por a gororoba para assar?
Cafezinho da tarde natureba: este bolo integral despedaçando por ainda estar quente e suco verde - uma nutri falou no bazar vegano de São Caetano que nós que tiramos a carne temos que tomar! Laranja, couve manteiga (não vá fazer como esta atrapalhada aqui que na primeira vez quis fazer com couve flor e não conseguia coar nem a pau), stévia e um pouquinho de leite de coco. Hhhhuuummm!
Bem este é o novo pesto da temporada: azeite, manjericão e... Catalonia. Devo confessar que não fui feliz. Tentei salvar com o Sabor a Mi (pensando bem, eles deviam patrocinar este blog), mas não teve muito jeito (imagine se tivesse, comi quatro pães com o molhinho). Quem sabe da próxima?

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

As últimas invenções de uma jornalista-atriz metida a mestre cuca

Sou otimista: levo em consideração o que decolou nos últimos tempos: como o creme de damasco (fica de molho na água na véspera), leite de soja que imita o creme de leite, cacau e stévia que levei no Veganic promovido pela Veddas no Parque do Ibirapuera semana passada. Bem, minha mãe aprovou. Eu deveria saber, ela é suspeita. Mas ao menos está lá fazendo a alegria de uma lactóloga anônima que não pode mais mais com derivados de leite... Fico em falta da imagem pelo prato estar lá na progenitora, mas é um creme marrom.
Nestes dias estava zerada de fruta e inventei de misturar beterraba, cenoura e o leite de soja que imita o creme de leite no café da manhã. São doces, então mandaram bem logo cedo.
E essa foi a última barbeiragem doméstica... Há tempos comi falafel num bazar vegano, me apaixonei, vi receitas na internet e cismei de fazer assado, mas encontrei orientação apropriada na web.
Esta é a culinária ideal.
E bem, esta é a culinária real.
O negócio é que tinha quantidades diferentes dos ingredientes e pensei que bastaria minha boa vontade pra criar semelhante iguaria... Pô eu queria chamar a família para comer natureba aqui em casa no meu aniversário. Mas dado o curto tempo de treinamento, talvez precise rever meus planos. Bem o arremedo de falafel assado está sendo salvo pelo queijo de macadâmia da VegVida.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Últimas experiências culinárias....

Ando meio sumida, mas é por uma boa causa... Tenho feito umas experiências mais ou menos bem sucedidas nos últimos tempos. Comecei a fazer por exemplo, berinjela recheada: usaria o recheio dela para fazer a cobertura, mais cenoura, tomate, curry, coentro, cominho, salsa, manjericão, tomate, soja batida no liquidificador, palmito... Mas ficou cobertura demais para berinjela de menos e cortei abobrinha para aproveitar a pasta e assar tudo de uma vez. Foi bom, mas para variar errei na dose e comi o prato a semana toda, com sabor "canto de mesa", que ou minha comida tem gosto além da conta ou sabor "parede". Meu amigo tem razão: faço o suficiente pra distribuir embaixo do viaduto, não sei cozinhar para um só ou diminuir a receita. E o passo a passo desta estava num site que saiu do ar e eu adorava! A foto desconfio que está na câmera emprestada para a amiga em viagem ao Nordeste... Mas também não ficou tão bonita: tirei depois de devorar parte do prato...
Aproveitei também um cuscuz semi cozido comprado na zona cerealista e enchi de legumes: abobrinha, berinjela, cenoura, beterraba, palmito, os mesmos temperos de sempre... Gostei, mas meu colega está certo quando dizia que se cozinhamos comemos menos. Fiz um prato de pedreiro, mas depois não aguentava mais! Ai ai ai!
Essa foi uma boa: macarrão integral com abóbora e vagem. Invenção a quatro mãos que deu bem certo e deve me abastecer pelo restante da semana...
Também fiz chai vegano em casa, com o pó da bebida (comprado no mesmo armazém indicado no link acima) e suas irresistíveis especiarias, leite de soja e adoçante. Prazer semelhante ao que conheci nos restaurantes indianos...
Conforme prometido voltei ao Restaurante Zen da Vila Mariana e fotografei o buffet e meu prato. Variedade suficiente para se satisfazer por horas: pastel de escarola, empada de palmito, farofa, arroz integral, couve, cenoura, salsicha de soja, abobrinha, abóbora, polenta, mandioca, "carne moída" de soja... Não é para o prato ser colorido? Acho que estou no caminho certo...


Outra visitinha abençoada foi ao Centro Cultural Vrinda, que tem a lanchonete Hare Krishna, perto do Parque da Aclimação e já tinha comentado por aqui com uma foto da fachada, no post linkado logo acima. O que achei mais incrível é que não gosto de couve, mas a deles estava a glória, glória, aleluia! Será por causa do oferecimento que eles fazem aos deuses ou tempero acertado? Erva certa na medida ideal é tudo na cozinha de uma pessoa.
Outra coisa que "mirabolei" na casa da minha amiga que também adora um natureba foi assar a mandioca comprada no mercadinho da casa dela e incrementar com pesto de agrião (batido com azeite e manjericão). Desculpe pela falta de imagens, mas foi incrível! Pena que ela é uma nordestina atípica e não curte macaxeira...
Outra saída boa para falta de tempo minha e da maioria dos paulistanos é o mexidão: fiz lentilha com cenoura, tomate, beterrada, vagem, curry, coentro, cominho, salsa, manjericão e Sabor a Mi (que também se for cortar cebola e alho fico até amanhã na cozinha). Dei uma queimada básica por ter começado a desfazer as malas quando a invenção ainda estava na panela. Mas é o que substituirá o feijão esta semana, já que não suporto ele.
Ontem conferi o Festival Vegano do ABC.

Além de me deliciar com salgado que tinha 3 queijos "fake", tortinha de Nutella e pão de mel sem lactose, comprei o queijo de macadânia que lembra o brie. Tinha ainda uma galera fazendo coxinha de jaca verde (que já ganhou versões "atolada", "louca"...).
Para passar no pão também rolou uma criação a quatro mãos de pasta de abóbora. Tenho curtido, como podem ver, já está "no osso"!
E como perdi meu sabonete anti espinha no evento que fiz com o pessoal do novo trabalho, comprei o de argila verde da Cheiro de Mato. O cheirinho é bem bom e não testam em animais. A idealizadora desembaraça o cabelo com casca de mamão. Não deu certo quanto tentei fazer o mesmo, mas também passei o dia com a cabeça melada e ela parte para o desafio 5 minutos depois de melar as madeixas. Questão de reajustar o tempo...

domingo, 7 de outubro de 2012

Levantando os vegs da minha vida

Ando sumida. Mas por uma ótima causa. Mas isso é assunto para outro post! Vamos ao que interessa, afinal somo "estômago e sexo", segundo o filme Amarelo Manga. E enquanto uma parte fica ligeiramente light, a outra ferve! Esta semana tentei fazer um raio X das opções boas e baratas para veganos ou vegetarianos na Ana Rosa. Comecei pelo Anna Prem, que está em reforma, mas acho que tem uma curiosidade muito interessante: não usam cebola e alho, pois ambos nos aceleram. E a sociedade já faz isso suficientemente. Logo eles terão visão para o Parque da Aclimação. Hhuuumm!
Tinha salada de pepino, beringela, alface, madioca provavelmente assada rs, torta de legumes com soja e o que achei mais bacana, uma massa com tofu ralado, pois quarta e sábado tem buffet  vegano, de comer ajoelhado, rezando e gemendo...
Este restaurante na Domingos de Moraes, 237 tem buffet por quilo com preço muito honesto, mas andando a pé, ainda caminhando no parque do bairro e com o tênis acabando com meu pé, já o peguei fechado. Assim que tiver oportunidade volto para documentar mais.
E esse centro cultural Vrinda dos Hare Krishna é o mais aconchegante. Cheguei pingando, ainda não tinha ninguém comendo para registrar, mas me deram um copo de suco por gentileza mesmo que eles são bons nisso. Teve uma época uns dois anos atrás em que estava desempregada e ia lá apaziguar a mente, eles ofereciam a refeição na ocasião, ainda não tinha o restaurante, mas eles já pregavam a "revolução da colher", para minimizar o sofrimento animal, diminuir o impacto ambiental e o poder das multinacionais que estão querendo centralizar o controle sobre as sementes transgênicas e consequentemente, a alimentação. A história é bem "braba", quem quiser me escreve que tenho o livro de receita e posso escanear e enviar. Não são tão radicais, tem sugestão com derivado de leite, eu é que não posso mais mesmo.
Descobri que estão bem mais profissa: agora o buffet tem dias temáticos. É engraçado que há anos atrás uma vez fui com uma das hare no parque e vieram nos pedir para tirar foto da gente sentada perto do lago, que estávamos bonitas. Já fui em show e palestra lá, são bem contagiantes a forma deles celebrarem a vida, é bem o oposto da lamentação cristã com a qual fomos criadas.
E bem, depois de tanta inspiração eu só podia por a mão na massa. É que a semana foi meio corrida, tive uns "dias corta pulsos", mas terminei "pipoca", como diz minha amiga  responsável pela "subida na montanha russa". Ontem quis fazer esta receita de hambúrguer de soja com farinha de rosca. Só que teve umas adaptações: no lugar de manjericão coloquei orégano e ao invés de fritar, assei.
O problema é que saiu apimentado igual à comida do restaurante fast food indiano Madhu. De comer e bater no teto. O que alivia é a pasta de espinafre...  Ah! Ainda tive noutro dia de furo do amigo rs um café com bolo de abobrinha com canela no Sesc Vila Mariana. Ai, ai, ai!!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Pelo teatro começou meu bode com leite

Mais precisamente na última montagem da licenciatura de Artes Cênicas da Faculdade Paulista de Artes, no fim do ano passado, lá no Teatro Ruth Escobar, a casa dos morcegos e nosso espaço de experimentação cênica.
Tivemos que garimpar caixas de leite usadas para encapar e criar livros cênicos que no ápice da loucura da desemcompensada professora no centro da cena ao lado seriam derrubados de uma mesa.
Se não me engano as vizinhas da minha mãe me socorreram, pois à esta altura eu já tomava leite de soja, que tinham embalagens menos propícias a este exercício de cenografia amador.
Pois quando fui encapá-los, subiu um cheiro... De coisa podre, entende? Por curiosidade fui conferir a validade: na minha cabeça só podia estar vencido. Que nada! Dentro do prazo de validade. Claro, a atrapalhada aqui esqueceu de lavar. Mas serviu para apoiar minha máxima "semi vegana": leite e queijo se cheirarmos, não comemos.
Sim, pois os queijos que gosto são os gordos com todas as letras maiúsculas e separação de sílabas, preferencialmente o que tem mais fungo do que queijo. Não sou como minha mãe, que não podendo com os  "hardcore", se satisfaz com o quase indefeso queijo branco, este não, para mim tem gosto de canto de mesa.
No começo parecia uma amiga que tentando parar de fumar e irritadíssima ouvia dos conhecidos apelos como: "volte por misericórdia". Seria capaz de tomar um pedaço da mão de alguém se visse gente comendo no meio da rua. Quase chorava com o capuccino na mesa ao lado. Era uma autêntica viciada em recuperação: pois o treco me dava cólica, mas eu enfiava goela abaixo se deixassem.
Um colega me contou que o queijo tem sim algo para nos viciar. Faz sentido, caso contrário não teria abstinência. Peço por Deus que as pessoas parem de falar em queijo ou capuccino, mas minha diarista, por exemplo, não entendeu e vendo a receita de pão de batata e soja da Revista dos Vegetarianos que estava em casa, ficou detalhando como colocará a famigerada mussarela no lugar.
Mas já tem um tempinho que está menos sofrido. Começou com uma quaresma em solidariedade com minha mãe, que não está podendo com leite e derivados por saúde e morre de saudades e também por estar precisando de duas graças, fiz logo dois jejuns - leite e derivados. Esqueci uns dias, passei dos quarenta dias para compensar e quando tentei voltar... Baita cólica! O médico da família falou para fazer a experiência: se tirasse e melhorasse... Bem meu corpo tinha adorado ficar sem. Mas nesta altura do campeonato, sério, estou me divertindo criando alternativas para comer melhor.
Ah sim, este vídeo colaborou muito para me manter firme...

E foi aqui que comecei a fazer as pazes com a comida...

...sim eu tinha uma relação doente com as refeições: achava uó ter que parar de brincar quando era criança para comer e adulta, não queria interromper meus escritos para me alimentar. Em suma: comer era saciar uma necessidade muito da chata. Não fazia a menor ideia como as pessoas diziam que uma das coisas que mais gostavam era comer. Eu pagava para não ter que fazer isso. Esquecia que tinha que por alguma coisa para dentro.
Mas o corpo é sábio: a gastrite veio me defender de mim mesma. E de três em três horas - muitas vezes menos, de duas em duas, o corpo está lá cobrando o que passei a vida negando: energia, combustível para continuar em frente.
Foi quando trabalhei na al. Santos com a Haddock Lobo e o pessoal fazia a maior propaganda do famoso indiano que ficava na Antônio Carlos com a Augusta. Tinham o cardápio por lá para convencer os mais ressabiados como eu a também encarar as filas, desde aquela época intermináveis.
Não me animava com as combinações que o cardápio entregue aos frequentadores anunciava. Lembrem-se: era uma xiita alimentar, se pudesse vivia de luz. Não me animaria com nada assim na teoria e à primeira vista.
Chegando lá tinham adesivos como "peixes são amigos, não comida", coisa que já ouvia dos professores de yoga, mas ainda soava fundamentalismo zen demais para o meu gosto. A vermelha foi a maior boiada - com o perdão do trocadilho infame - tirar da dieta, pois eu já ia em churrascaria por rodízio dar prejuízo para os amigos. Mas o peixe... Como já contei aqui, levou "quase uma vida".
Quando comi aquela alquimia que fazem com temperos que não conhecia... Tive uma experiência orgástica. Comi gemendo, rezando, me ajoelhando. Não por acaso, eles consagram os pratos às divindades - isso também faz toda a diferença, é uma comida abençoada. Lá não só comecei a curtir comer, como quis aprender - e cursos de culinária viva e vegetariana depois, cá estou eu, bancando retardatariamente a chef de mim mesma, corrigindo anos de vício lácteo e minimizando o que posso de sofrimento neste mundo - ao menos do animal não participarei mais...
Serei eternamente grata ao Gopala, relevarei suas filas, sentirei falta do tchai com especiarias e leite - opa, será que faço com leite de soja? Sentirei falta quando estudar e trabalhar longe, escutarei sua música para matar as saudades. É que a primeira vez em que a comida é significativa para nós, a gente nunca esquece!

Patê de Espinafre garibado...

Devo confessar que essa experiência não começou bem sucedida: bati espinafre com um pouco de Sabor a Mi, salsa, cominho, coentro, orégano, louro e...água! Sim, fui seguir uma colega que jurava termos comido patê feito com isso num evento da Faculdade Paulista de Artes. Devia ter levado em consideração que a moçoila não cozinha, a mãe e a avó fazem comida para a bonita - logo, não é fonte confiável para assuntos culinários. Comecei com um quase suco sabor canto de mesa, pois para variar errei na mão e o negócio não tinha gosto. Mas quando fui tomar café com meu amigo e ele atrasou, usei a demora a meu favor e passei numa lojinha natureba no metrô Santa Cruz: comprei tofu para salvar minha experiência e bati de novo no liquidificador. Ainda não tinha conseguido a consistência desejada. Coloquei na geladeira e tchan tchan tchan tchan! Eis que o gelo faz surgir o patê sabor espinafre garibado! Com algumas fatias de pão devo confessar que salpíquei mais Sabor a Mi, que sou doida por um sal... Mas como me disse uma psicóloga num retiro que ainda terei pressão alta, apesar dela ser baixa, pois quem gosta de sal ainda será proibida de comê-lo, comecei a treinar sentir mais o gosto do espinafre e do tofu - que como sabem, é de um paladar marcante... Resolvido o drama da semi vegana que não tinha mais o que passar no pão de manhã e nem sempre quer se render à geléia - como já perceberam, minha perdição são as coisas salgadas. Mas seguindo o conselho do chef Daniel Duran, que se encontra no meu Facebook Francine de Mendonça e fará mais palestras este mês no Sesc São Caetano, vamos retirar do cardápio o que me mantém no vício, faz mal e ainda por cima impede de sentir os gostos do que compõe o alimento. Comecei com leite e derivados, inicialmente um parto, mas já está menos sofrido. Temos que ser criativos! E agora, bye bye sal! Já comecei a comer o pão com azeite sem estragar esta brincadeira com sal. E vamos ver no que vai dar...

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Últimas experiências fugindo do leite

Andei meio sumida, mas por uma boa causa: familiar...
Experimentei fazer a "manteiga vegana" que vi a receita na Internet: tem que por um pouco de um azeite bom no congelador com a sua erva favorita. No meu caso foi o orégano. Passei no pão no dia seguinte, mas dependendo do clima que fizer no dia e do quão lerda você acorda, a "pastinha" derreta rápido...

A massa desta lasanha compro pronta, mas personalizei com molho de tomate e azeitona, abobrinha, berinjela, cominho, coentro, curry, salsa, manjericão, louro e pimenta calabresa (ará! temos novidades por aqui). Mas ficou proibitiva para hipertensos: salgada pra daná! Ainda bem que não tinha chamado meu pai para comer - ele diria que estava tentando matá-lo.
Vi uma receita de torta de couve flor crocante na Revista dos Vegetarianos e adaptei ao que tinha em casa: recheio de berinjela, abobrinha, couve flor e azeitona (uma xícara das três primeiras e duas colheres de sopa da última), cozidos com uma colherzinha de cominho, curry, salsa e pimenta calabresa, duas colheres de azeite, uma folhinha de louro e meia colher do tempero Sabor a Mi. Caiu um pouco no chão, meu cachorro chegou todo interessado, mas não foi desta vez que se tornou semi vegano. A massa levou três xícaras de farinha (ainda estou acabando com a branca para comprar a integral, mas imagino que possa usar as duas), meia xícara de azeite e meia de óleo (isso foi um improviso quando o primeiro acabou), uma colherzinha de fermento ganho gentilmente da vizinha (coisa que só acontece na "perifa"), meia colher do tempero pronto já citado e uma xícara e meia de água. Misturei,"batizei" a pia, coloquei metade na forma após cozinhar o recheio, depois os legumes e mais massa. Como você pode perceber, faltou massa e meu forno anda desregulado, pois este resultado foi depois de quarenta minutos em temperatura alta. E desta vez, não tem gosto, há!
Minha prima falou para eu lembrar os bons jantares com amigos na Vila Mariana, mas ainda eram tortas com massa pronta, berinjela, abobrinha, tomate e queijo temperado. Só que nesta ocasiãõ, eu cozinhei os legumes no forno junto com a massa e pela cara da galera, foi aprovado.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Adaptações às indicações dos pacotinhos...


Ontem só pude comer líquido e pasta para um exame hoje. O purê de batata estava liberado, mas a embalagem da Hikari indicava misturar com margarina (ou manteiga) e leite. Coloquei no lugar azeite, leite de soja e para inventar um pouco mais, orégano. Como o cheiro é tudo de bom! E o melhor não me deu cólicas - já que a de intestino consegue ser pior que a menstrual.
Hoje não estava lá essas coisas e pra espantar a ziquizira fui pra lojinha Ana´turezade Sanca City, comprei mistura de bolo integral de cenoura e fui para minha mãe por a mão na massa. O pacote também falava em acrescentar margarina e leite, substituí por óleo e leite de soja. Para dar meu toque coloquei essência de baunilha e coco em pó.
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A cobertura fiz com cacau orgânico. Tudo meio pesadinho no bolso, mas não tem aquela história que somos o que comemos? Investir em mim é uma grande coisa. Claro que podia comprar ingrediente por ingrediente, mas para quem está começando no negócio natureba, os semi prontos seguram muito a onda... Outra descoberta destes dias foi um chocolate sem leite, mais em conta que a alfarroba da Mundo Verde. Esta marca tem até com chá verde, mas levei o com castanhas.
Ontem que também pouca coisa estava liberada, entre elas o biscoito de polvilho (mas já achei vários com leite e isso não dá mais), encontrei este com soja. Tudo naEmpório da Terra. Como você pode conferir, eu detonei com este snack!

domingo, 9 de setembro de 2012

Livre de laticínios!

Fiz um almoço ligeiramente corrido ontem, para dar tempo de encontrar com minhas amigas e irmos ao show do Chandra Lacombe no Parque do Ibirapuera. Mesmo assim foi muito bom: arroz com couve, brócolis, palmito, azeitona, alho porró, cenoura, curry, coentro, cominho, salsa e manjericão.
Descobri uma coisa bacana fazendo experimentação com o hambúrguer de soja: claro que a embalagem recomendava pincelar com margarina da mesma marca, mas besuntei de pasta de soja com ervas finas e - pasme! - minutos depois, voltando para a cozinha, senti um cheirinho um pouco de margarina, outro pouco de manteiga abrindo o forno. Estava ótimo! A garrafinha ali no canto é a Kronenbier sem álcool, que enrolei para abrir, mas agora que descobri que é igual à outra cerveja que não sou muito fã, levarei décadas para terminar - foi um presente, já que não sou "cervegetariana" como meu ex professor de espanhol. A foto não está lá estas coisas pois a bateria da minha câmera digital arriou e recorri ao celular, que só quebra um galho né!
Depois de falar da sobremesa Marry Me, me ocorreu que as pessoas possam ser do tipo que precisam "ver para crer" e só tinha mostrado o pacotinho fechado. Não seja por isso, aqui "mato a cobra e mostro o pau" rs Confiram o genérico do Eskibon, "dairy free", quer dizer, livre de laticínios.
Me falaram que estão desenvolvendo uma técnica para que logo possamos ver TV e sentir o cheiro. Enquanto isso não chega aos computadores, imagine um sorvetinho sem cólica para quem não tolera mais leite e derivados, cujo sabor nada deixa a desejar para os melhores "bobajitos" do mercado.
Ah sim, também encontrei umas boas opções para acalmar o estômago entre as refeições e com elas lembrei dos meus primos que moraram um tempão em Manaus, pois quando andei apaixonada por sobremesa com cupuaçu, me disseram que se não tivesse leite condensado, não estava conseguindo comer, pois é bem azedo. No caso deste tem maçã e açúcar junto.
Com o açaí foi a mesma coisa, me disseram que sem guaraná não dá para encarar. Este aqui também conta com maçã e açúcar. Tão bom que durou apenas quatro dias. O "corpitcho" agradece!
Ontem andando no Ibira não resisti, enfiei o pé na jaca e comi batata frita e biscoito de polvilho. Nem tudo são folhes nesta jornada rumo à dieta quase vegana. Só por hoje, não enfiei o pé na jaca, nem caí em tentação com leite e derivados... Quer dizer... Aquela coalhada do Habib´s estava boa demais. Devia ter desconfiado, um leitezinho deve ter estragado tudo. Mas amanhã é um novo dia e resistirei bravamente!