segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Últimas experiências culinárias....

Ando meio sumida, mas é por uma boa causa... Tenho feito umas experiências mais ou menos bem sucedidas nos últimos tempos. Comecei a fazer por exemplo, berinjela recheada: usaria o recheio dela para fazer a cobertura, mais cenoura, tomate, curry, coentro, cominho, salsa, manjericão, tomate, soja batida no liquidificador, palmito... Mas ficou cobertura demais para berinjela de menos e cortei abobrinha para aproveitar a pasta e assar tudo de uma vez. Foi bom, mas para variar errei na dose e comi o prato a semana toda, com sabor "canto de mesa", que ou minha comida tem gosto além da conta ou sabor "parede". Meu amigo tem razão: faço o suficiente pra distribuir embaixo do viaduto, não sei cozinhar para um só ou diminuir a receita. E o passo a passo desta estava num site que saiu do ar e eu adorava! A foto desconfio que está na câmera emprestada para a amiga em viagem ao Nordeste... Mas também não ficou tão bonita: tirei depois de devorar parte do prato...
Aproveitei também um cuscuz semi cozido comprado na zona cerealista e enchi de legumes: abobrinha, berinjela, cenoura, beterraba, palmito, os mesmos temperos de sempre... Gostei, mas meu colega está certo quando dizia que se cozinhamos comemos menos. Fiz um prato de pedreiro, mas depois não aguentava mais! Ai ai ai!
Essa foi uma boa: macarrão integral com abóbora e vagem. Invenção a quatro mãos que deu bem certo e deve me abastecer pelo restante da semana...
Também fiz chai vegano em casa, com o pó da bebida (comprado no mesmo armazém indicado no link acima) e suas irresistíveis especiarias, leite de soja e adoçante. Prazer semelhante ao que conheci nos restaurantes indianos...
Conforme prometido voltei ao Restaurante Zen da Vila Mariana e fotografei o buffet e meu prato. Variedade suficiente para se satisfazer por horas: pastel de escarola, empada de palmito, farofa, arroz integral, couve, cenoura, salsicha de soja, abobrinha, abóbora, polenta, mandioca, "carne moída" de soja... Não é para o prato ser colorido? Acho que estou no caminho certo...


Outra visitinha abençoada foi ao Centro Cultural Vrinda, que tem a lanchonete Hare Krishna, perto do Parque da Aclimação e já tinha comentado por aqui com uma foto da fachada, no post linkado logo acima. O que achei mais incrível é que não gosto de couve, mas a deles estava a glória, glória, aleluia! Será por causa do oferecimento que eles fazem aos deuses ou tempero acertado? Erva certa na medida ideal é tudo na cozinha de uma pessoa.
Outra coisa que "mirabolei" na casa da minha amiga que também adora um natureba foi assar a mandioca comprada no mercadinho da casa dela e incrementar com pesto de agrião (batido com azeite e manjericão). Desculpe pela falta de imagens, mas foi incrível! Pena que ela é uma nordestina atípica e não curte macaxeira...
Outra saída boa para falta de tempo minha e da maioria dos paulistanos é o mexidão: fiz lentilha com cenoura, tomate, beterrada, vagem, curry, coentro, cominho, salsa, manjericão e Sabor a Mi (que também se for cortar cebola e alho fico até amanhã na cozinha). Dei uma queimada básica por ter começado a desfazer as malas quando a invenção ainda estava na panela. Mas é o que substituirá o feijão esta semana, já que não suporto ele.
Ontem conferi o Festival Vegano do ABC.

Além de me deliciar com salgado que tinha 3 queijos "fake", tortinha de Nutella e pão de mel sem lactose, comprei o queijo de macadânia que lembra o brie. Tinha ainda uma galera fazendo coxinha de jaca verde (que já ganhou versões "atolada", "louca"...).
Para passar no pão também rolou uma criação a quatro mãos de pasta de abóbora. Tenho curtido, como podem ver, já está "no osso"!
E como perdi meu sabonete anti espinha no evento que fiz com o pessoal do novo trabalho, comprei o de argila verde da Cheiro de Mato. O cheirinho é bem bom e não testam em animais. A idealizadora desembaraça o cabelo com casca de mamão. Não deu certo quanto tentei fazer o mesmo, mas também passei o dia com a cabeça melada e ela parte para o desafio 5 minutos depois de melar as madeixas. Questão de reajustar o tempo...

domingo, 7 de outubro de 2012

Levantando os vegs da minha vida

Ando sumida. Mas por uma ótima causa. Mas isso é assunto para outro post! Vamos ao que interessa, afinal somo "estômago e sexo", segundo o filme Amarelo Manga. E enquanto uma parte fica ligeiramente light, a outra ferve! Esta semana tentei fazer um raio X das opções boas e baratas para veganos ou vegetarianos na Ana Rosa. Comecei pelo Anna Prem, que está em reforma, mas acho que tem uma curiosidade muito interessante: não usam cebola e alho, pois ambos nos aceleram. E a sociedade já faz isso suficientemente. Logo eles terão visão para o Parque da Aclimação. Hhuuumm!
Tinha salada de pepino, beringela, alface, madioca provavelmente assada rs, torta de legumes com soja e o que achei mais bacana, uma massa com tofu ralado, pois quarta e sábado tem buffet  vegano, de comer ajoelhado, rezando e gemendo...
Este restaurante na Domingos de Moraes, 237 tem buffet por quilo com preço muito honesto, mas andando a pé, ainda caminhando no parque do bairro e com o tênis acabando com meu pé, já o peguei fechado. Assim que tiver oportunidade volto para documentar mais.
E esse centro cultural Vrinda dos Hare Krishna é o mais aconchegante. Cheguei pingando, ainda não tinha ninguém comendo para registrar, mas me deram um copo de suco por gentileza mesmo que eles são bons nisso. Teve uma época uns dois anos atrás em que estava desempregada e ia lá apaziguar a mente, eles ofereciam a refeição na ocasião, ainda não tinha o restaurante, mas eles já pregavam a "revolução da colher", para minimizar o sofrimento animal, diminuir o impacto ambiental e o poder das multinacionais que estão querendo centralizar o controle sobre as sementes transgênicas e consequentemente, a alimentação. A história é bem "braba", quem quiser me escreve que tenho o livro de receita e posso escanear e enviar. Não são tão radicais, tem sugestão com derivado de leite, eu é que não posso mais mesmo.
Descobri que estão bem mais profissa: agora o buffet tem dias temáticos. É engraçado que há anos atrás uma vez fui com uma das hare no parque e vieram nos pedir para tirar foto da gente sentada perto do lago, que estávamos bonitas. Já fui em show e palestra lá, são bem contagiantes a forma deles celebrarem a vida, é bem o oposto da lamentação cristã com a qual fomos criadas.
E bem, depois de tanta inspiração eu só podia por a mão na massa. É que a semana foi meio corrida, tive uns "dias corta pulsos", mas terminei "pipoca", como diz minha amiga  responsável pela "subida na montanha russa". Ontem quis fazer esta receita de hambúrguer de soja com farinha de rosca. Só que teve umas adaptações: no lugar de manjericão coloquei orégano e ao invés de fritar, assei.
O problema é que saiu apimentado igual à comida do restaurante fast food indiano Madhu. De comer e bater no teto. O que alivia é a pasta de espinafre...  Ah! Ainda tive noutro dia de furo do amigo rs um café com bolo de abobrinha com canela no Sesc Vila Mariana. Ai, ai, ai!!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Pelo teatro começou meu bode com leite

Mais precisamente na última montagem da licenciatura de Artes Cênicas da Faculdade Paulista de Artes, no fim do ano passado, lá no Teatro Ruth Escobar, a casa dos morcegos e nosso espaço de experimentação cênica.
Tivemos que garimpar caixas de leite usadas para encapar e criar livros cênicos que no ápice da loucura da desemcompensada professora no centro da cena ao lado seriam derrubados de uma mesa.
Se não me engano as vizinhas da minha mãe me socorreram, pois à esta altura eu já tomava leite de soja, que tinham embalagens menos propícias a este exercício de cenografia amador.
Pois quando fui encapá-los, subiu um cheiro... De coisa podre, entende? Por curiosidade fui conferir a validade: na minha cabeça só podia estar vencido. Que nada! Dentro do prazo de validade. Claro, a atrapalhada aqui esqueceu de lavar. Mas serviu para apoiar minha máxima "semi vegana": leite e queijo se cheirarmos, não comemos.
Sim, pois os queijos que gosto são os gordos com todas as letras maiúsculas e separação de sílabas, preferencialmente o que tem mais fungo do que queijo. Não sou como minha mãe, que não podendo com os  "hardcore", se satisfaz com o quase indefeso queijo branco, este não, para mim tem gosto de canto de mesa.
No começo parecia uma amiga que tentando parar de fumar e irritadíssima ouvia dos conhecidos apelos como: "volte por misericórdia". Seria capaz de tomar um pedaço da mão de alguém se visse gente comendo no meio da rua. Quase chorava com o capuccino na mesa ao lado. Era uma autêntica viciada em recuperação: pois o treco me dava cólica, mas eu enfiava goela abaixo se deixassem.
Um colega me contou que o queijo tem sim algo para nos viciar. Faz sentido, caso contrário não teria abstinência. Peço por Deus que as pessoas parem de falar em queijo ou capuccino, mas minha diarista, por exemplo, não entendeu e vendo a receita de pão de batata e soja da Revista dos Vegetarianos que estava em casa, ficou detalhando como colocará a famigerada mussarela no lugar.
Mas já tem um tempinho que está menos sofrido. Começou com uma quaresma em solidariedade com minha mãe, que não está podendo com leite e derivados por saúde e morre de saudades e também por estar precisando de duas graças, fiz logo dois jejuns - leite e derivados. Esqueci uns dias, passei dos quarenta dias para compensar e quando tentei voltar... Baita cólica! O médico da família falou para fazer a experiência: se tirasse e melhorasse... Bem meu corpo tinha adorado ficar sem. Mas nesta altura do campeonato, sério, estou me divertindo criando alternativas para comer melhor.
Ah sim, este vídeo colaborou muito para me manter firme...

E foi aqui que comecei a fazer as pazes com a comida...

...sim eu tinha uma relação doente com as refeições: achava uó ter que parar de brincar quando era criança para comer e adulta, não queria interromper meus escritos para me alimentar. Em suma: comer era saciar uma necessidade muito da chata. Não fazia a menor ideia como as pessoas diziam que uma das coisas que mais gostavam era comer. Eu pagava para não ter que fazer isso. Esquecia que tinha que por alguma coisa para dentro.
Mas o corpo é sábio: a gastrite veio me defender de mim mesma. E de três em três horas - muitas vezes menos, de duas em duas, o corpo está lá cobrando o que passei a vida negando: energia, combustível para continuar em frente.
Foi quando trabalhei na al. Santos com a Haddock Lobo e o pessoal fazia a maior propaganda do famoso indiano que ficava na Antônio Carlos com a Augusta. Tinham o cardápio por lá para convencer os mais ressabiados como eu a também encarar as filas, desde aquela época intermináveis.
Não me animava com as combinações que o cardápio entregue aos frequentadores anunciava. Lembrem-se: era uma xiita alimentar, se pudesse vivia de luz. Não me animaria com nada assim na teoria e à primeira vista.
Chegando lá tinham adesivos como "peixes são amigos, não comida", coisa que já ouvia dos professores de yoga, mas ainda soava fundamentalismo zen demais para o meu gosto. A vermelha foi a maior boiada - com o perdão do trocadilho infame - tirar da dieta, pois eu já ia em churrascaria por rodízio dar prejuízo para os amigos. Mas o peixe... Como já contei aqui, levou "quase uma vida".
Quando comi aquela alquimia que fazem com temperos que não conhecia... Tive uma experiência orgástica. Comi gemendo, rezando, me ajoelhando. Não por acaso, eles consagram os pratos às divindades - isso também faz toda a diferença, é uma comida abençoada. Lá não só comecei a curtir comer, como quis aprender - e cursos de culinária viva e vegetariana depois, cá estou eu, bancando retardatariamente a chef de mim mesma, corrigindo anos de vício lácteo e minimizando o que posso de sofrimento neste mundo - ao menos do animal não participarei mais...
Serei eternamente grata ao Gopala, relevarei suas filas, sentirei falta do tchai com especiarias e leite - opa, será que faço com leite de soja? Sentirei falta quando estudar e trabalhar longe, escutarei sua música para matar as saudades. É que a primeira vez em que a comida é significativa para nós, a gente nunca esquece!

Patê de Espinafre garibado...

Devo confessar que essa experiência não começou bem sucedida: bati espinafre com um pouco de Sabor a Mi, salsa, cominho, coentro, orégano, louro e...água! Sim, fui seguir uma colega que jurava termos comido patê feito com isso num evento da Faculdade Paulista de Artes. Devia ter levado em consideração que a moçoila não cozinha, a mãe e a avó fazem comida para a bonita - logo, não é fonte confiável para assuntos culinários. Comecei com um quase suco sabor canto de mesa, pois para variar errei na mão e o negócio não tinha gosto. Mas quando fui tomar café com meu amigo e ele atrasou, usei a demora a meu favor e passei numa lojinha natureba no metrô Santa Cruz: comprei tofu para salvar minha experiência e bati de novo no liquidificador. Ainda não tinha conseguido a consistência desejada. Coloquei na geladeira e tchan tchan tchan tchan! Eis que o gelo faz surgir o patê sabor espinafre garibado! Com algumas fatias de pão devo confessar que salpíquei mais Sabor a Mi, que sou doida por um sal... Mas como me disse uma psicóloga num retiro que ainda terei pressão alta, apesar dela ser baixa, pois quem gosta de sal ainda será proibida de comê-lo, comecei a treinar sentir mais o gosto do espinafre e do tofu - que como sabem, é de um paladar marcante... Resolvido o drama da semi vegana que não tinha mais o que passar no pão de manhã e nem sempre quer se render à geléia - como já perceberam, minha perdição são as coisas salgadas. Mas seguindo o conselho do chef Daniel Duran, que se encontra no meu Facebook Francine de Mendonça e fará mais palestras este mês no Sesc São Caetano, vamos retirar do cardápio o que me mantém no vício, faz mal e ainda por cima impede de sentir os gostos do que compõe o alimento. Comecei com leite e derivados, inicialmente um parto, mas já está menos sofrido. Temos que ser criativos! E agora, bye bye sal! Já comecei a comer o pão com azeite sem estragar esta brincadeira com sal. E vamos ver no que vai dar...