sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Exercício de compaixão e paciência natalino

E na véspera do aniversário do "filho do hômi" eu passei sete horas na cozinha. Já entendi o cansaço sobrehumano das mães na hora da ceia. Antes dos meus pais me buscarem capotei no colchonete de massagem que minha amiga esqueceu aberto na sala e só não ronquei pois atendi ao "chamado" da sobremesa vegana "clamando" pela decoração do prato.
Foram três a dois na minha batalha contra o fogão desregulado: fiz um risto de arroz integral com vermelho, palmito, azeitona, berinjela, damasco, leite de coco, manjericão, ervas finas com limão, zathar, shoyo, alho frito, cebola picadinha, pimenta rosa, um pouco de gersal e quando ficou pronto ainda acrescentei azeite. Era para ser um arroz de forno, mas quando ele virou uma pasta, me rendi à consistência risoto. Está suave rs. Poucos na família experimentaram, quem testou reclamou, mas eles não têm abertura para conhecer e gostar de coisas novas, o negócio deles é como dizem os veganos do grupo do Face "comer uns aos outros quando a carne que consomem acabar". Minha irmã nipo nordestina reclamou da falta de sal, mas não me empolgo muito com ele, embora goste, pois li que se tiramos carne não podemos abusar, senão ele levará tudo que interessa ao corpo na urina.
As tentativas seguintes foram feijão azuki com abobrinha e todos os temperos que minha mãe não usava pois não curto feijão, como só pela falta da carne e este é o que menos me lembra comer na marra na infância. Também fiz uns cookies de resíduo de leite de amêndoas, farinha de coco, alfarroba e leite de soja condensado. Em cima do fogão começou a cheirar, mas estava estranhando que a panela de pressão nova da minha mãe não fazia barulho e poucos minutos que me distraí com ela no telefone, ao voltar tinha queimado nas extremidades, mas no centro não. Salvei as bolachinhas com geleia de jabuticaba e como estava sem almoço e com saudades do azuki, separei os ainda vermelhinhos dos tostados. Como diria o ex, trabalho de presidiário. Também salvei o feijão semi queimado com farofa de soja.
Inconformada com dois pratos desandados e no ambiente que me ensinou a metáfora da vida (na cozinha, se não vingou mil vezes, fazendos duas mil), passei para a carne de soja de forno com abobrinha, batatas, curry, coentro e molho pesto. Bem indiana. Os Mendonça acham forte demais, mas como peguei gosto na coisa com o Gopala, "mato saudades deste restaurante indiano à distância". E devo confessar que voltei praquela fase meio infantil de não gostar de comer, curto os temperos, eles disfarçam o resto.
Aos 45 do segundo tempo e já caindo pelas tabelas, fiz gelatina de agar agar com suco de uva e manga, decorada com tâmaras e adoçada com stevia. Ou este é mais leve que o açúcar mascavo recomendado online ou "colocar a olho" não funciona, pois tem gosto de "canto de mesa" e a consistência parece ter sido composta com areia da praia. Comível
Pela manhã fiz o leite de amêndoas com água fervente pois esqueci de deixar no molho, canela, meia colher de chá de gersal, essência de baulinha e um pouco de leite de coco. Orgástico! Pensando bem, na terça o placar foi 4 a 2 na cozinha...
Encontrei o bendito Mandiokeijo na zona cerealista. Na véspera eu e minha mana natureba de olhos rasgados fizemos pão integral com uma massinha semi pronta que ela trouxe, abrimos e recheamos com o "queijo genérico". Misericórdia! O negócio é tão bom que enquanto crescia fomos comendo com outro pão sem esquentar e a criação com ares de "calzone natureba" também não durou 48 horas. Se contar com esta empreitada foram 5 a 2 na cozinha. Iurú! Fogão desregulado que me boicota me aguarde no ano novo!

domingo, 10 de novembro de 2013

Fazendo as pazes com a cozinha

Andei meio sumida do blog... E da cozinha também. Sabe quando dá uma enjoada do próprio tempero? Isso em duas semanas levando marmitas naturebas. Aí deu uma canseira... A verdade é que curto cozinhar com mais gente por aqui. Coisa de filha única que gosta de casa cheia. Fiz umas pesquisazinhas no grupo Veganismo para ter uma ideia de com não ter mais overdose de tanto tempero. Então hoje acordei empolgada, dando uma ordem no cafofo e já me "internando" na cozinha... Fiz grão de bico de forno com beterraba, palmito, abobrinha, manjericão, gersal, zathar, ervas finas com limão e gengibre. A receita que inspirou foi: http://allrecipes.com.br/receita/834/gr-o-de-bico-crocante.aspx. Claro que fiz minhas adaptações pois
não sou fã de cebola e azeite não pode ir ao fogo para não perder suas propriedades! Nas bocas de cima do forno as criações foram: arroz arbóreo com cenoura, leite de coco, preparo para risoto de quinua (no qual só identifiquei ervilha), curry, açafrão, cominho, azeitona e páprica doce. Na boca ao lado cozinhei soja com berinjela, cogumelo, coentro, shoyo e depois despejei molho pesto de couve, azeite, alho, manjericão e castanha. Ouvi Cássia Eller, Caetano... Rezei pra Rainha da Floresta e bem... No almoço deste domingo eu curti, espero que não esteja fazendo careta para isto até quarta, como quem volta à greve de fome da pré infância. Minha mãe trouxe uma torta de legumes que salvará as noites. E ontem trouxe da zona cerealista bastante opção para o horário nobre e os "interlúdios". Outras invescionices recentes foram a tapioca vegana com cogumelo, palmito, azeitona e tarrine. E assim vamos driblando o tédio culinario do clássico arroz com feijão da vegetariana metida a vegana aqui rs Aceito ideias para não torcer o nariz pra comidinha até o fim da semana!!

domingo, 6 de outubro de 2013

As brochantes experiências mono na cozinha

Esta semana identifiquei a causa de andar meio sumida desse blog. E foi experimentando novidades: misturei o “leite condensado” de soja, que lembra um doce de leite, ao cacau que comprei na zona cerealista e virou um “brigadeiro” que enganou muito bem, obrigada. Mas sozinha...É, inventar e conferir no cômodo da bruxinha alquímica depois de um tempo dá uma brochada. Especialmente depois de fazer o outro voltar à infância com nossas invencionices culinárias. Mas deixemos essa saudade “descômoda” fora de hora para lá.
Também mirabolei um “café de mentira” depois do almoço, pois dizem que o cafezito pós refeição rouba muita coisa importante do que pomos no prato: fiz “café de milho”, coloquei cacau e canela. Mas devo confessar que ele me lembra o café tomado pela metade com cinzas que eu às vezes trombava no Canal Rural, numa época em que ainda não mamava a bebida. Tenho certeza que deve ter esse gosto. Reprovado e olha que eu sou aberta a novos paladares depois que tirei a carne do cardápio...

Também comprei pão de beterraba e “super curti” comê-lo com “maionese de soja” (acreditem, é boa) e depois, com geléia de morango. Recomendo enroladinhos de escarola e empadas de palmito que me rendi e encontrei numa lojinha de naturebas e ingredientes orientais que fica atrás do Shopping Santa Cruz, de onde vieram ainda os chás de Cranberrie e Blueberrie, divinos, além do hambúrguer de soja que mandou bem com o pão integral do Joanin de São Caetano. Que raio de blogueira é essa que não fotografa nada do que vem “comendo e gemendo”? Uma com saudade de cozinhar entre pessoas especiais... [suspiro] Hoje, comendo na rua com amigas, experimentei tirar o sal e só passar o pão no azeite e conferir a batata frita em versão “liberada para potenciais hipertensos”. Tem razão quem diz que o “branquinho” detona nosso paladar, sem o dito cujo descobrimos novos gostos. Alguma fórmula para viciados em chocolate? Aceito sugestões bem vidas, agradecida!
Comi ainda um bolo de caneca - desta vez não queimei e empesteei o corredor. Tão deprê comer bolo em poucas colheradas e sem ninguém pra perguntar "bom né"? Experiências mono demais até para uma filha única acostuma a vôos solos desde a "aborrescência".

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Enquanto a comida se transforma noutra alquimia...

Faz tanto tempo que não passo por aqui que está até vexatório... Pela primeira vez, resolvo postar enquanto tenho que esperar a água baixar, pois cozinho em baixa temperatura, por recomendação da minha tia Fátima, que aprendeu isso com os orientais. Enquanto o arroz, couve flor, quinua e tomate se impregnam de leite de coco, ervas finas e limão, açafrão e curry em pó,  coentro em grãos, gersal e cebola e os vizinhos de fogão feijão azuki, berinjela, abobrinha e cogumelo vão pegando o gosto do shoyo, cominho, louro e gengibre em pó, pimenta rosa, manjericão e alho, vou pensando que se tiver um filho que faça greve de fome, como eu fiz e o filho da minha parceira teatral também no fim de semana retrasado, mudarei de ingredientes e temperos
até fazê-lo mudar de ideia. Bem, comigo funcionou. Levou 20 e tantos anos, mas deu certo lá no Gopala Prasada, da Antônio Carlos com a Augusta. Às vezes é só um cheirinho. Um gosto. Mudando sempre, não é possível que uma hora o grevista não baixe a guarda. Palpites de quem não é mãe né?
Hoje a trilha sonora está bem pé no chão, ouvido nas raízes: http://www.youtube.com/watch?v=0fEHguhykD8&list=RD02oztzZu5zPzs. Uma vez ouvi numa palestra dum bazar vegano que o apego de alguns alimentos nem é tanto pelo gosto e sim pela memória de familiares fazendo. Deve ser verdade, pois o amigo que mais repetiu a dose por aqui lembrava da merenda escolar, da casa da avó, do sol entrando pelas madeiras da casa e passando pelo fogão a lenha. Eu viajava junto.
Meus pais reclamam que tenho mais tempero que comida nos meus pratos. Foi uma saída pensada para quem passa dias comendo o que fez, então cada mordida permanece uma novidade. Também me apaixonei pela gastronomia com culinária indiana, então, seu burburinho de gostos permanece no que faço. Minha amiga de Sergipe diz que cozinho feito nordestino: vou me empolgando e pondo tudo que passo perto.
Estou precisando de novos cursos. Começo outubro a fim de virar vegana de vez, então vou mirabolar algum doce que tapeie o vício de chocolate. Ontem estava conversando com uma hare khrishna celibatária, que acha tão bom saber que tem o controle deste desejo. Ando fechada para balanço, mas percebi que desembestei doces e bobajitos afora. Não por acaso as roupas estão me violentando. Quero terminar o ano entrando de novo no biquini, como no fim do ano passado. Pois não adianta controlar um lado e descompensar noutro. Vamos almoçar?

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Mirabolando invencionices

Farei igual o pessoal da culinária indiana, minha paixão: começarei pela sobremesa. O bolo de saquinho diet Vilma da zona cerealista foi customizado com cacau, canela, banana no lugar do ovo para dar liga sem judiar da bicharada e alecrim. Este foi unanimidade: minhas visitas repetiram, tem cheirinho que mexe com o estômago e o alecrim é anti angústia.
O arroz integral misturei com berinjela e brócolis (ficou verdinho), manjericão, coentro em grãos, açafrão, cominho e curry em pó, shoyo... Esse supercurti rs Para comer rezando.
Já a soja coloquei tomate, louro e gengibre em pó, ervas finas com limão, zathar, pimenta rosa, quinua e
gersal. Ficou na textura que gosto, nem mole demais e nem de menos, mas achei que a temperada pegou leve demais pro meu gosto.
Estes dias vieram amigas trabalhar e fiz pizza integral com brócolis, tomates comum e seco, pasta de berinjela e acabei pondo o queijo para a turma não vegana da reunião de trabalho. Não deu nem pro cheiro...
Fiz suco de goiaba para refrescar...
Estou louca pra fazer uma torta. Quem sabe agora que comprei uma nova frasqueira (já perdi duas). Paro de me render aos bobajitos na rua.
Passo dias almoçando os pratos mirabolados há dias. Não enjôo pois são tantos temperos que no fim das contas cada mordida é uma surpresa.
Fiz também suco verde com melão e couve, uma das combinações que mais gostei e a fruta é antidressiva. Bom pra lembrar da amiga que deu a dica e fazer as pazes com a fruta (não era muito fã, mas tenho gostado agora).

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Invencionices em meio ao caos criativo

"Mirabolei" um assadão vegetariano que ficou bem bom: tomate; brócolis; berinjela; abobrinha; tomate seco; tremoço (esse não deu certo, ficou duro e teve que ser expulso do prato na hora da degustação); macadâmia (sou fã dela); damasco; quinua (dizem que repõe o feijão, eu que não sou fã dele, como "feliz, feliz, alegre, alegre"); louro e gengibre em pós; shoyo; Sabor a Mi ervas e azeite que tem sal, água, alecrim (considerado antidepressivo), tomilho, cebola (precisava que ela me acelerasse pra criar pros projetos em que estou concorrendo) e urucum; cogumelo; manteiga guee; açafrão em pó; ervas finas e limão; pimenta rosa (uma das poucas coisas nesta cor que amodoro) e manjericão. Passou um tempão no forno, pois este continua desregulado. Tenho me
guiado pelo cheiro. Como capricho nos temperos e passo dias comendo o prato, cada garfada se mantém uma surpresa, o que contribui pra não enjoar.
Cozinhei grão de bico, que se propõe a substituir o feijão, já que este não gosto e fiz com pistache (também viro os olhinhos de felicidade com ele); zathar; coentro em grão; curry; cominho; salsa em pó e gersal. Comi gemendo e estes dias duas tias ligeiramente exigentes vieram aumentar meu guarda roupa, experimentaram e gostaram.
Também fiz o bolo Vilma de saquinho, de laranja e substituí o leite indicado na embalagem por água de coco (já vi colocarem água no lugar e dar certo, mas quis incrementar); no lugar dos ovos para dar liga usei meia banana e meti canela, uma paixão confessa. Com as duas visitas de ontem sobrou bem pouco pra contar história, o que fala por si...
O mesmo clima que gosto de criar para escrever, crio para cozinhar: escolho trilha sonora e da próxima vez até incenso acenderei. O Bidu fica em volta, todo companheirão. É artesanal, mas também meditativo pra caramba: assim como lavo a louça desejando limpar minha mente, peço que transformando os ingredientes num novo prato também me mude para melhor... É, esta semana o que arrisquei foi bem bolado. Quem sabe não é a temporada de arriscar o pão "mistério de Fátima" de acertar nas doses? Aguardem cenas dos próximos capítulos...

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Desta cozinha que restaura minha calma...

Nestes dias frientos, matei vontade que adquiri lá em Parati, com a fotógrafa da minha vida Tatit e fiz creme de palmito vegano: 6 colheres de creme de soja que imita o de leite, seis colheres de palmito, manjericão, pimenta rosa, curry, cominho, coentro em grão que adoro crec crec na comida, açafrão e louro, pois estou na alquimia de especiarias novas, recém chegadas da zona cerealista. Que quentinho tão bom de se preencher nestas noites sem cobertor de orelha rs Pelo que aprendi, dá para adaptar com cogumelo e o que mais a criatividade inventar, que "mirabolar" com avental nunca é demais!
A outra "invencionice" foi arroz integral, quinua, damasco, tomate seco, leite de coco, ervas finas e limão, gersal, pimenta rosa, cogumelo, manjericão,
cominho, manteiga "genérica" indiana guee, ai ai! O bom é que cada mordida tem um gostinho, então... Sempre uma surpresa! Cheirinhos novos pela cozinha... O lápis do Mickey e o bloquinho são para não esquecer o que tenho colocado na panela.
No fim da tarde encontrei um futuro parceiro de trabalho e fomos tomar café, no Domênica, perto da Ana Rosa, onde encontro café com leite sem lactose e meto canela nele!
Trouxe delicinhas lá do centro... Ontem comi cupuaçu com granola e "uou"! Também estou me deliciando com alfarroba e damasco.
Hoje falei ao meu médico que sinto que preciso mexer em toda alimentação, pois acredito que enquanto continuar ingerindo sofrimento dos animais, permanecerei sofrendo, não haverá tratamento que dê conta. Veganos, aqui vou eu! Também emprestarei o livro Lugar de Médico é na Cozinha. Ontem comecei a substituição do café pelo de milho. O melado pelo açúcar. Faço chá de alecrim que é anti depressivo. O cookie é de maracujá. E nessa toada ganho alta loguinho, loguinho. No cardápio, em breve...suco verde com melão - que de acordo com minha prima, também é anti deprê.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Invencionices da cozinha de uma bruxa ruiva

Levou uns seis dias depois de tomar a "última bota" pra me engraçar com as especiarias orientais,
nordestinas e árabes da minha cozinha. Pra variar, curou até o que não consigo atingir com minha "ânsia cabeçóide de esquadrinhar tudo". Fiquei com tanta dó de ter inventado mil e umas por aqui sozinha que convoquei um amigo pra testemunhar os sabores das últimas invenções. Ou ele curtiu, ou é um baita ator, ou é camarada mesmo: já me ajudou umas três vezes em perrengues que "tiram os cabelos do lugar dos falastrões".
E vamos lá: fiz arroz com leite de coco, pimenta rosa, manjericão, caldo (pó) de peixe, beterraba e quinua.
Na panela de lá, feijões fradinho e azuki (meu pai jura que eles não combinam), zathar,
ervas finas e limão, salsa desidratada, palmito, gengibre e alecrim. A farofinha de soja da zona cerealista me salva pq não sou tão fã de feijão, embora o intestino reclame dela.
Fiz no domingo esta receita de arroz ao forno com muitas adaptações: troquei o tomate por berinjela, o presunto por cogumelo, a cebola por palmito (dizem no restaurante Anna Prem que ela nos acelera demais, assim como alho). Como não tinha ovo, azeitona, milho verde e ervilha, caprichei no de sempre: leite de coco, pimenta rosa, manjericão, caldo (pó) de peixe, zathar, ervas finas e limão, salsa desidratada, gengibre e alecrim (dizem
que é anti depressivo, assim como melão), shoyo, cogumelos e caldo (pó) de peixe no lugar do caldo "de bicho". Botei no forno, levei pro domingo em família muito tempo pq meu forno está desreguladíssimo, ganhei vários "likes" das família Nunes e Mendonça, mas esqueci de fotografar pq a "carona passou correndo" e eu só sei fazer movimento slow food. Falando nisso, preciso pegar a forma lá na mana que Deus não me deu, mas a primaiada concedeu. Acabo de perceber que tenho feito substituições a olho, sem medir se tem a proporção dos ingredientes trocados.
Fiz também estes dias um derradeiro bife de soja que a mana nipo-nordestina esqueceu aqui, deixei um tempão no molho, desta vez não ficou duro como na anterior, ficou foi encharcado. Tá difícil acertar a mão com eles! Foram os mesmos temperos mencionados arriba e até que deu pra encarar, "praticando muito a compaixão budista".
Usei faz pouco umas duas folhas da lasanha integral comprada na zona cerealista. Na esmagadora maioria das vezes meto tudo na mesma forma ou panela e rezo pra padroeira das passionais atrapalhadas loucas por forno e fogão. Neste caso segui minha tia e cozinhei antes, coloquei camada de shoyo, recheio de couve, os codimentos que já são habitué e corri pro abraço, mas sem vigiar com carinho a primeira folha enrolou de tanto esquentar e a de baixo, grudou. Nem quero ver a pia que já está criando lactobacilos vivos...
No prato arriba também tem berinjela ao forno com os temperos do meu coração, como pode reparar e esqueci de detalhar. Mas essa acho que todo mundo faz. E estes tempos fiz cuscuz com palmito, as especiarias que amodoro e coco ralado. De comer ajoelhada, mas não registrei que a camerazinha do celular está "pedindo água". Preciso urgentemente comprar cartão de memória pra câmera de verdade.
E você internauta, o que tem inventado? Descobri que suco de melão com couve é a bebida verde mais gostosa de todos os tempos... Hhaamm! Lambendo os lábios!

domingo, 4 de agosto de 2013

Enfiando o pé na jaca

Estou em débito com a "cozinha restaurativa". E precisando horrores! Mas recentemente me permiti o pecado da gula e como o personagem do filme Coincidências do Amor, comi o pão de mel Love It como se estivesse "fazendo amor", ou seja, gemendo. Sim, experiências gastronômicas também podem ser orgásticas. Nos apaixonamos numa empadaria da José Getúlio, na Aclimação, quase esquina com a Pires da Mota, onde caí de amores pelo radiojornalismo 16 anos atrás. É, sou semi nova. E depois fui para o centro espírita meio fora do ar. Que mini caixinhas coloridas de feira são aquelas nas quais a tentação é escancarada para que sua tentativa de não enfiar o pé na jaca seja enviada para o espaço? Quero entupir meu cafofo delas. É, tenho uma artesã ecológica encroada em mim. Um "desbunde". E nem sou chocólatra de carteirinha"... Mas tem opções menorzinhas "degustação" pra aliviar a culpa.
A outra paixonite, que já comprovou que "saímos da barriga e já nos contradizemos" foi jantar no restaurante de trash indian food Madhu, na rua Augusta. A língua "entra em polvorosa" pq é overdose de temperos. Ai, aquele shutney de manga no qual queremos "mergulhar até a avó" para ver se fica saborosa... A "espécie de panqueca" fininha, com cara de leve, mas com queijo "punk rock batucada" dentro. Grãos de bico de comer ajoelhada! E outros bolinhos de... lentilha? Pra comer rezando. Chai, que embriaga o nariz, mas cujo leite desce prometendo cólicas infernais em mim. E sorvete de pistache para comer "vendo estrelinhas e fogos de artificio". Minha companhia "mergulhou de corpo inteiro na jaca" e se rendeu a uns bolinhos de carne, porém estes "estou bem fora de sacar qual é a deles". Devo confessar que saí meio empanturrada e estava achando minha escolha leve... Porém fui ao centro empachada e feliz. Acabo de me tocar que me rendo à gula e vou pedir aos médiuns que me aliviem a barra.
Esta semana retomo as adaptações memoráveis de receitas para por as inesperadas "ocasiões corta pulsos" pra correr. Padroeira dos "cozinheiros com sobe e desce emocional", valei me!

domingo, 30 de junho de 2013

Minha cozinha, meu oásis

Neste finde me vangloriei de dormir como "uma Mendonça". Saí da cama para comer, pensei em meditar, o travesseiro e o endredon me chamaram, achei falta de educação deixá-los falando sozinhos, capotei e acordei na hora do almoço. Que vitória para uma ansiosa patológica! Fui direto para minha cozinha, meu oásis, já que a perna sem permitir apoiar, encostar, esticar a contento não me deixaria dançar no Sesc.
Tirei da geladeira o feijão azuki e o fradinho e a carne de soja que me esperavam em banho Maria há uma semana. Em tempo: saí correndo para almoçar na minha tia semana passada e passei as noites semanais abduzidas por filme, terapia, quase fim da iniciação literária, show da Marina de La Riva e...? Estou precisando de ômega três. Como minha coordenação
melhorou e já piloto três panelas, numa cozinhei risoto de espinafre (devo confessar que ele vem semi pronto da Zona Cerealista) com pimenta rosa, tarê, cebola em flocos, leite de coco, damasco... Aqui me rendi ao gersal para ficar mais ou menos equilibrado (há mil anos amei a mistureba doce e salgada dos sogros gaúchos da minha amiga, mas às vezes, as minhas...suspiro). Mandei razoavelmente digamos assim. Ah também coloquei zathar, que quase esqueci este temperinho árabe do lado do fogão.
Eu que não sou fã de feijão, mas me rendi a ele por ter tirado a carne e "é o que temos para o almoço no trabalho", cozinhei o fradinho com azuki, Sabor a
Mi Azeite e Ervas, shoyo, azeitona e o caldo de peixe que na verdade é pó. Aqui também me rendi ao zathar depois. Ficou proibitivo para hipertensos, mas me livrei do gosto de feijão. E dei uma quase queimada da mania de cozinhar indo para a Internet. Mas não lembrando ser obrigada a comer arroz com caldinho dele na infância tá valendo!
Por fim fiz a carne de soja que imita a moída com ervas finas e limão, manjericão, gengibre e gersal. Este eu curti, mas sou suspeita para falar, já que por ter aprendido a gostar de comer e querer cozinhar com culinária indiana, costumo pesar a mão no tempero. E a trilha sonora foi...
Fui com amigos ver dança contemporânea no centro (a gente pode não ganhar lá nenhuma fortuna, mas a
diversão é por conta da casa), discutimos política numa padoca da Angélica, fizemos pit stop num boteco da Aclimação para se abastecer de álcool, debatemos espiritualidade (meu amigos né, pq acho que desaguei retardatariamente as carcaças emocionais corporais que minha colega massageou 2 dias antes), fizemos compras, tomamos café, ganhamos aula de fotografia gratuita, curtimos preguicite dominical (gente, que trilha sonora para cochilo diurno sensacional que é o futebol, tinha esquecido) e voltei para casa ainda no espírito "bruxinha na cozinha".
Desta vez arrisquei a receita de bolo de alfarroba com coco, mas substituí o açúcar por mel, coloquei canela, tâmara e damasco picados. Um bom eufemismo neste caso é que ficou marcante.
Meu forno me deu perdido! Ficou horas cozinhando e acho que ainda não fez o que devia com a massa. Mas amanhã mais frio testarei de novo com geleia de morango em cima, como faço com o bolo maluco, que já caiu nas graças da família e amigos. Para esta brincadeira a a trilha foi...
Já torpedeei tudo que é amiga, me revoltei com o povo estourando fogos de artifício com dinheiro sendo gasto onde não devia, conferi o som que minha amiga ouviu ontem, botei roupa na máquina, lavei a nhaca da rua no chuveirão, dei o relatório do dia para o GPS da minha mãe... E agora não tem escapatória: tenho que encarar a compressa gelada
que doeu "pra daná" sexta. Jesus que acode rs!
Antes de "fechar a barraca" (corram para as montanhas, dormirei cedo ao término de um finde com quantidade de atividades equilibradas hehe), compartilho outra tapioca vegana: com creme de cacau e avelã, raridade encontrada também na Zona Cerealista) e mix de café com açaí, que li originalmente no restaurante do meu colega, mas também coloco canela. Um coquetel molotov para quem é 220 voltz como eu. Agradecimentos especiais para os gatinhos da amiga, dos quais estava com saudades. E misericórdia como posso conseguir estar caindo
pelas tabelas depois de desgrudar dos lençois ontem meio dia? Vou me para os braços de Morpheu!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Experimentações gourmet recentes

Estou em dívida com minha cozinha e o blog. Minha culpa, minha máxima culpa! Fazer igual mãe: dar as boas novas antes das más. O bolo de saquinho diet ou light que compro no Armazém Paulista da Zona Cerealista deu certo customizado neste finde: ao invés de água, suco de laranja com casca (isso já é palpite da amiga diarista com quem amodoro cozinhar), meia banana no lugar do ovo para dar liga (que desta fruta no geral gosto só dela mesma e não de seus doces melados), acrescentei 1/3 de colher de chá de canela na esperança de que seu Benedonça (meu pai garoto enxaqueca reclamão) experimentasse pois vive reclamando que tem demais este ingrediente em tudo que é doce que faço, embora jure de pé junto por só esta medidinha aí de nada (que seria da ironia dos Mendonça sem nos alfinetar? Ele o fez por dois dias seguidos no final de semana), uma colher da Nutella genérica (tem cacau e avelã, só dispensa o leite) e na hora de untar a forma usei leite de coco, que estou igual baiana, metendo ele em tudo que é receita. Deve ter dado certo, pois levei para a festa junina vegetariana (que de acordo com minha tia, só eu arrumo uma tão alternativa) lá da escola de yoga da minha amiga e nem o plástico em que foi posto na mesa foi encontrado para voltar ao meu apê no fim. Foi uma delicinha aquele quentinho de bolo na mão sábado à noite naquela friaca toda digna desta festa. Adorei tomar banho de cheiro de fogueira, só não sabia que ela podia arder os olhos e no dia seguinte mesmo depois de me lavar e besuntar com desodorante, hidratante, cremes 1 e 2 para o cabelo ainda sentia o aroma dela enfronhado em mim (ok, que nariz maaaala). Sou boa em bolos, mas uma negação em pães, quem sabe um dia supere isso e descubra o mistério de Fátima de acertá-lo?
No outro dia tive uns cinco minutos de fazer esta torta adaptada na minha irmã postiça que ainda está de molho. Tá certo que vivo trocando legumes e temperos dos ingredientes recomendados online, mas domingo eu chutei o balde. Depois da coisa já em andamento, não encontrávamos o fermento, quando achamos ela quis testar na água, mas não estava "dando no couro" e ainda assim coloquei um pouco botando fé de que quando acreditamos funciona. Depois ela também achou que maisena daria liga (bem, mas o fermento não é exayamente para isso). No lugar do palmito, cogumelo e azeitona incluí berinjela, cenoura e alcaparra. Fora que os temperos são da cestinha dela e não conheço como os meus, só fui colocando uma pitadinha de nada no liquidificador junto com a massa, já que quando fritei o recheio errei na mão e tive que lavá-los, pois ela não ia comer com aquela overdose de pimenta (não entendo pq quem não se dá com ela a tem entre seus potinhos, mas tudo bem). Está sem foto pois quando estava no forno, saí correndo para encontrar outros amigos e ir ao teatro. Ela disse que ficou comível e ainda tenho que passar lá para pegar os legumes, que estão me esperando desde domingo depois de pegar o fim da feira baratinho perto de casa (pois tem coisas que só a periferia faz por você) e ir almoçar com ela. Descobri ainda que post it é utensílio de primeira necessidade na cozinha: facilita conferir a receita na parede.
Legal mesmo era minha reinvenção de bebida cedinho: café (devido ao vício de lembrar da máquina em que meu avô trabalhava cento e cinquenta anos atrás no norte do Paraná), mais suco de maracujá (para quem sabe me deixar menos elétrica), açúcar mascavo (para quebrar o azedo da fruta) e canela. Sem imagem pois estava sonada demais para lembrar de registrar este furdunço líquido.
Bom mesmo foi o arroz integral que minha segunda mãe (disfarçada de diarista) me fez com brócolis, mas este acho uma receita "a prova de atrapalhada", Deus e o mundo faz, daí não fazia muito sentido registrar. E faço finalmente a justa homenagem ao omelete da dona Sandra, que nos abastece aqui na firma e "nunca antes na história deste país" comi um que parecesse uma panqueca, já que ela bate tudo separadinho, nem minha madrinha faz tão artesanal assim e ainda põe farinha de trigo para dar liga ou cumprir sei lá que função. Pensa o que? Baiana também é porreta com ovo, embora eu diga que para mim "qualquer nota" tá valendo no lugar da carne. Só para constar, afofei. Já estou ganhando lugar de grávida no transporte público. Espero que seja só gentileza do povo que me vê carregada de sacola. Só me falta ter que voltar  avisar que é só gostosura em 3D e não bebê a caminho, como uns aninhos atrás. E bate na madeira, só para garantir!



segunda-feira, 3 de junho de 2013

Receitinhas retardatárias

Não lembro se já dei o devido crédito, mas acho que teimar em cozinhar até que as coisas ficassem comíveis me tirou da deprê ano passado e me deu a metáfora mais verdadeira da vida: "desistir nunca, retroceder jamais". Ando meio sumida por motivos trabalhísticos, mas pondo a mão na massa de vez em sempre, o que é mais prazeroso com minha segunda mãe, a diarista amiga da família.
Essa foi uma lentilhada vegetariana vinda da zona cerealista, com soja, pimenta rosa, ervas finas, salsa, zathar, Sabor a Mi ervas finas e azeite, caldo de peixe que na verdade é pó, gersal... Será que esqueci algum? Ficou meio seco... Salvei com azeite de verdade depois de fazer, pois aprendi que esquentar o azeite colabora pra detonar nosso colesterol, mas para minha ATM foi um suplício pq estralava e doía meu maxilar, embora estivesse gostoso... Deu uma novelinha para acabar por conta da dor mesmo... Esse copo é da série "não resisti ao Spoleto e suas massas Santa Ceia, vai até a vó no meio"...
Pão para mim é um mistério de Fátima. Até hoje devo ter acertado um, mas sou brasileira e não desisto nunca. Foi a receita de pão vegano daqui: http://www.veganismo.org.br/p/receitas-veganas.html. O negócio já é dificultoso com receita normal, imagine vegana! E em duas formas, ficou assim... Meio sem sal, sem açúcar, sem fofurice... Só a ricota de mentira da minha diarista ou outra cobertura docinha salvavam. Comi de teimosa, pq não dá pra me conformar de ficar lá trocentas horas sovando e o dito cujo se fingir de morto na hora de mostrar resultado... É deprê minha gente! Minha amiga diz que o negócio do pão é sovar a massa pra abstrair das nhacas da vida, mas tenho uma aflição de ficar com massa grudando até no meu tímpano, que Deus me livre (algum planeta do meu mapa deve estar em Virgem).
O pão de "queijo" faz de conta que foi num dia em que cismei de cozinhar até as duas da manhã... De um domingo. Meus vizinhos são uns santos de não dar parte de mim na polícia ligando liquidificador de madruga. Mas enfim, a receita original foi: http://www.veganismo.org.br/p/receitas-veganas.html. Só que minha gente, adaptação tem limite! Além de por purê semi pronto no lugar da batata, ainda coloquei leite de soja no lugar do leite da vaca. Ficou assim meio puxa puxa. Comi meio que na penitência, curiosa de saber se seguir a receita ao pé da letra engano direitinho o paladar, viciado em temperaida, digno de quem aprendeu a comer e quis cozinhar na culinária indiana (que como vocês sabem, é leve como a baiana).

Não que fazer críticas gastronômicas seja meu forte, mas há pouco tempo quis matar a saudades do Achapa, onde comi quando ainda era carnívora (afinal onívera numa posso me gabar de ter sido, já que nunca comi de tudo). O ambiente é bem gracinha e fui conferir se tinha opções pra vegetarianos na hamburgueria. Não só para eles, como para veganos também - milagres acontecem! Mas a maníaca aqui esqueceu como são exagerados estes pratos e como pra eles ainda como feito passarinho. Fui de opção vegetariana e ainda pedi frapê de coco. Quase morri pra dar conta de tudo, o que deve ter levado uma década e meia. Está bom pro filho do meu amigo do restaurante Broto de Primavera, apaixonado por uma trash food veg. Eu já cheguei à conclusão de que ou encaro um, ou o outro. Legal que é tudo com ingrediente orgânico e tem uma opção sem pão, olha que leve, tenho que me fiar nesta da próxima vez que enfiar o pé na jaca...
Esse eu faço pela segunda vez e já teve aprovação de uma figura que achava que estava pegando o dito cujo pelo estômago [pausa para rolar de rir]. A receita é esta: http://allrecipes.com.br/receita/7736/bolo-maluco-de-chocolate.aspx, mas como não resisto a uma adaptação... No lugar do cacau/ chocolate, coloco farinha de coco e ao invés de baunilha, canela. Também cubro com geleia e no outro link que me inspirou começar com esta receita, diziam para peneirar - o açúcar mascavo, a farinha de coco e a de trigo integral que ficam na peneirinha também vão pra cobertura. Como estou com problemas com meu forno temperamental, quase queimei o fundo - digo quase pq deixo bem mais tempo do que recomenda a receita, mas quando queimo mesmo corto o fundo, o que não foi preciso neste caso.
Não tirei foto mas tentei inventar um "smoothie vegano" com leite de soja, polpa de maracujá e café. Precisei abrir mão dumas colheres de açúcar mascavo, mas ficou bom e é uma tentativa de diminuir o quanto o café me deia irriquieta e sou viciada nele.
O que devo cortar de vez do meu cardápio é vinho. Tomei de sexta pra sábado com uns amigos, já sentia a melancolia chegar sorrateira, desconsiderei mas em compensação, sábado estava insuportavelmente corta pulsos. Como se não bastasse ainda vi este filme: https://www.youtube.com/watch?v=9oDOxvN8ivg, que começa e se desenvolve cutucando a gastrite, mas termina menos down que Ensaio sobre a Cegueira (pelo que me contaram, pois este último não consegui ver, nem ler o livro do Saramago que inspirou). Meu terapeuta disse que tem vinho sem álcool. Alguém já fez um test drive? Pô, meu tio terceira idade trata o Parkison tomando cerveja sem álcool bonitinho e pela faixa etária podia ser teimoso como meu pai, que toma alopatia contra hipertensão e diabete, mas dá-lhe pinga, suspiro e cerva. Não posso mais dar uma de criança crescida batendo o pé no chão. Foi uma boa despedida Gato Negro. Gozado que a cerva semanal com os amigos do curso de roteiro não fazia isso comigo. Pq raios? Quem sabe uma Malzibier de vez em nunca...

domingo, 28 de abril de 2013

Interlúdios gastronômicos

Os freelas e os prazos me pagaram de jeito nas últimas semanas. Entre uma apuração aqui e outro deadline ali, fiz paradas estratégicas na "cozinha restaurativa" aqui do cafofo. Como ainda não sei diminuir receitas e acabo cozinhando para dias e dias, minha estratégia para não enjoar é por a maior quantidade de temperos possível, pois assim consigo a cada mordida ter uma surpresa nova e não enjôo.
O grão de bico já fazia aniversário na geladeira aguardando minha inspiração. Tentei esta receita pois uma das memórias mais deliciosas que tenho destas incursões vegetarianas é o falafel no meio de pães sírios e saladinha, num bazar vegano em que fui com a mana destes programas naturebas: a arqui mais inventiva de todos os tempos. Devo confessar que ficou meio seco. Nos temperos sugeridos acabo adaptando os meus de sempre: manjericão, salsa, ervas finas, zathar, pimenta rosa, cebola em flocos, Sabor a Mi ervas e azeite... Acabei improvisando uma melhora passando missô em pasta adquirido no Marukai da Liberdade, ricota de mentira que minha amiga diarista me deu, molho agridoce que veio em sei lá que prato semi pronto ou leite de coco de R$ 1 - "tem coisas que só a periferia faz por você". Agora me ocorreu que devia ter tentado também o molho tarê, que devo ter deixado para lá por estar quase acabando.
Bolei uma quase pasta para tapear minha vontade de comer doce batendo tâmara, canela e creme de soja que "faz as vezes" de creme de leite. Ficou bem bom, mas não sei se precisava de um processador de alimentos, que meu liquidificador está "jogando a toalha" pois não mói tudo que crio enfiando nele. De qualquer maneira, apesar da consistência nada uniforme, me distraiu desta sangria desatada de glicose. Em bolachinhas, torradas, pães e afins ela não só "saiu bem na foto", como mandou ver na ânsia por "besteiritos" e pelo menos, não tão trash quanto os que compramos prontos cheios de conservantes.
Bolei uma lasanha "furdunço vegetariano": não encontrei a assadeira adequada e usei a forma de pão para
quebrar um galho. Forrei com molho de tomate, a massa é integral Vilma, recheei com espinhafre, o "mix tempero" de sempre já mencionado "arriba", polvilhei ainda chia, amaranto e gergelim, joguei Shoyo, acabei com um queijo branco que fiquei sem graça de negar quando minha mãe quis me dar e bem, deu bem certo, durou só dois dias. Preciso descobrir onde foi parar a assadeira de inox retangular "Santa Guia das Cozinheiras Criativas Destrambelhadas" que seguem ao pé da risca o princípio gourmet "desistir nunca, retroceder jamais".
Coloquei há pouco macarrão de arroz para cozinhar e como a quase autista da Clarice Linspector que se ilhava escrevendo em festa, achei
que podia "esquecê-la no fogo" enquanto vim postar um texto de dias atrás - afinal nem ia criar, era só digitar. Conclusão: mesmo em fogo baixo, deu uma grudada no fundo da panela de pressão, mesmo caprichando na dupla "anti social" óleo e água. Gozado, não sei se por ser de arroz, o cheirinho é outro, mesmo torradinho. Criei um molho com o resto do de tomate, um pouco de missô, ricota de mentira, agricode, tarê, ervas finas, manjericão, zathar, salsa, pimenta rosa, cebola em flocos, Sabor a Mi ervas e azeite, leite de coco, pesto, chia, amaranto e gergelim. Um novo molho quase rosê salva qualquer massa à beira do estado "unidos venceremos". Ela realmente está fazendo jus a ser chamada de pasta por americanos...Mas a a cada mordida, uma novidade! Para dar "um caô" na minha gastrite, já que não deixarei de temperar pra caramba o que me meto a fazer, tomo chá de camomila todo almoço e na maioria deles, nem adoço. Sossegou o estômago histérico
Outras formas de saciar a sangria desatada de bobajitos têm sido os biscoitos sembei salgados e o manju que comprei na "Liba" outro dia que fui encontrar a mana adotiva e cozinhamos até perder a hora da dança gratuita do Sesc Ipiranga. Nem sempre como "bonitinha" assim, confesso: no Terminal Sacomã não resisto às broinhas de milho, cookie e capuccino do quiosquezinho Ryco e ontem, dormindo na "nipo índia do meu coração", almocei pastel e escrevendo com amigos na ex chefe, enchi a lata de "petiscozinhos chiquetosos" italiano e com amaranto, mais amendoim. Ao fim do dia, enjôo de chorar voltando no metrô, provavelmente de "comer igual meu nariz". Mas como diria meu primo, estamos "gordelícias". Por via das dúvidas, voltando ao batente esta semana, retomo a rotina de exercícios e meditação, que só consigo com rotina fora do home office. A respirar e deixar os pensamentos passarem como nuvens já comecei. Falta só suar a camisa neste fim de semana para cumprir a súbita pré disposição de se aprimorar de uma vez por todas.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Pondo a mão na massa

Poucas coisas são tão restauradoras quanto a cozinha. Hoje fiz leite de arroz (cinco xícaras de água, uma de arroz integral que ficou de molho na véspera, meia colherzinha de chá de canela, cinco damascos e três tâmaras), misturei com café e produzi uma tapioca natureba: com ricota "de mentira" que ganhei da minha segunda mãe e diarista ontem, palmito, manjericão, ervas finas, salsa desidratada, zathar, pimenta rosa e tarê. Para tomar o café da manhã rezando ajoelhadinha.
Ontem teve almoço a quatro mãos com minha" mãe postiça e sem chantagem", mas não me toquei de tirar fotos pois estava meio brochada com esse "impagável mercado de trabalho", com outra amiga aqui igualmente talentosa e batalhadora, só que em outra área, também "correndo atrás do próprio rabo". Cortamos a berinjela "de comprido", colocamos tomate, cebola em flocos, enchi de palmito e molho pesto em cima (azeite, manjericão e espinafre) e colocamos no forno. Esse foi orgástico, não sobrou nem um "fiapinho" para contar história ou fazer o registro retardatário...
Acompanhou batata com cenoura e tomate cozidos, além de mandioca... Tudo para comer gemendo. É muito carinhosinho minha quase vizinha vir dar um trato em casa e ficar dando uma de gourmet vegana (que aliás, ela nem é), cozinhando comigo, dando um trato no estômago e no ânimo. A casa fica cheirosinha não só "da limpa", mas dos temperos (vamos combinar que a mão dela pesa bem menos que a minha para temperar, depois "entupo" no prato para chegar no meu ponto favorito "mais tempero que comida", para terror do meu pai e para matar as saudades à distância dos restaurantes indianos que amodoro: o Madhu e Gopala).
Estou doida para fazer pão com o resíduo do leite de arroz, mas estão faltando ingredientes. Vamos acender uma vela: que é um "mistério de Fátima acertar pão"! Cruzando o dedos e começando a novena...

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A cozinha da pressa

Depois de 2192138 meses que fui à nutricionista resolvi (quase) seguir a recomendação dela. É que os exames deram tudo bem (em termos), então segui tocando meu instintivo método de naturebice alimentar. Tinha um colesterol lá não muito simpático, mas aí cortei a batata e a empada na rua e recentemente soube que meu hábito de cozinhar com azeite é outro veneno (tem que ser óleo... Ai que saudades do de coco). Só que depois a gineco disse que estava acima, mas ainda dentro do limite e a gente volta a abusar mais um pouco. Talvez se tivessem dito que ia ter anemia, que faltavam mil coisas, fosse mais religiosa com as propostas dela. Mas também não é nenhuma pechincha ser semi vegana só freelando (atenção jornaloucos e atormentados: escrevo, apuro, divulgo, entrevisto, produzo, atualizo mídias sociais e conto histórias personalizadas! Dá só uma espiadinha...).
Tinha uma sugestão entre as receitas que ganhei no Promove da São Camilo de strogonoff vegano. Fiz um meio na raça um tempão atrás na minha mãe (ouvindo do meu pai que com a pouca carne e muito hormônio do frango ficaria beeeem melhor - só que ele nem experimentou). Desta vez acho que foi vegano, se não me escapou nenhum detalhe: umas folhas de espinafre, molho de tomate, abobrinha, molho tarê, meia dúzia de fatias de berinjela (me falaram que controla o colesterol), mostarda, seis fatias de cenoura, molho shoyo, uma colher de cogumelo fatiado, manjericão, uma colher de azeitonas, ervas finas, um palmito fatiado, zathar, uma colher de purê em pó, cebola em flocos, uma colher de cuscuz, uma pitada de alho desidratado, uma colher de farinha de milho, um pouco do caldo de peixe em pó, uma colher de chia, outra de amaranto, umas oito colheres do creme vegetal para cozinhar (o creme "de leite" falsiê de soja) e outras quatro de leite de soja. Misturei, lavei a louça, coloquei no escorredor, guardei aquele monte de ingrediente espalhado pela pia e bancada, vigiei, experimentei e eis que ficou pronto o strogô suruba veg. Como diria meu colega, só faltei por a mãe na panela. É o que está à esquerda da foto. O outro é o arroz com batata, soja e toda a Santa Ceia do armário e geladeira requentado.
Adoro receitas meta tudo em fogo baixo e aguarde. Não está nem aqueles pratos indianos cover de tanto tempero e nem sabor canto de mesa. Deu um meio termo bom. As casquinhas pra lá do prato são do pistache que segurou a onda da fome enquanto não ficava pronto. O caderninho de anotações e lápis do Mickey já servem aos delírios literários (ontem por exemplo fiz uma lição do curso do Museu Lasar Segall no café da manhã, mas levarei mesmo pra aula a que refiz hoje a caminho da acupuntura - achei que ficou legal, mas impublicável, precisa ser mais exibicionista que meu ascendente Leão consegue). E o caminho de rato de cravo é para dar perdido nas formigas, que geralmente me levantam com o grito de guerra "eia eia hô". Estou devendo uma degustação ao menos para os mais chegados e a família... Até lá faço a escolha de Sofia do que mais gostei.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Pondo descômodos e inspiração para ebulir

Acordei "seca" para cozinhar. Sinal de que não queria só provocar a alquimia dos ingredientes, mas também me peneirar, refinar o que sinto, evaporar o que não me serve, transformar o que já caducou em mim. O leite de avelã deu razoavelmente certo: também depois da delícia do de amêndoas, todos serão fichinha perto dele.
Arrisquei um pão com o resíduo deste leite. Mas não sei se cresceu pouco, se meu fogão está mais desregulado do que penso, se tinha tempo meio apertado para ir ao RPG... Está lá no forno, ainda rindo de mim, apesar de bonito... Tinha pego esta receita, crente no que li noutro blog, que podíamos por qualquer resíduo de leite vegetal no lugar da okara do de soja. Mas não sei se é bem assim... Também não tinha óleo o suficiente, raspei o potinho do de coco e não fui feliz. Personalizei com semente de chia e amaranto. Mas acho que 9 meses no cômodo favorito das bruxinhas não são o suficiente para sair reinventando dicas online. Ao menos não com os pães. Irei ao próximo encontro de vegetarianos para tentar me acertar com eles...
Será que só mudei parte do que meu emocional precisava? Por via das dúvidas, na lavação e limpeza do terremoto que provoco ao meu redor quando cozinho, fui usando a recomendação budista "que além de limpar essa louça, também lave o que não me serve mais"... Consegui até emanar desejos mais auspiciosos para quem cutucava minha gastrite até anteontem.
As dores que começaram a se transformar entre a pia e o fogão sofreram nova modificação, ainda que remota e virtualmente. Sempre há um espaçozinho para novas cicatrizes... Que em pouco tempo elas virem uma tatuagem não solicitada, mas uma parte orgulhosa de mim, como as marcas de riso, de tombos, meus histórico de sobrevivente guerreira e batalhadora - sem falsa modéstia! Ainda tem uma estranheza nalgum lugar não detectado em mim, mas vou deixando "falando sozinho", pondo o mal estar na árvore para correr atrás do preju, da inspiração, do cachorro, da fome... Um belo dia... vira poesia!

sexta-feira, 29 de março de 2013

Cozinheira também nasce

Realmente não entendo como passei tanto tempo sem me aventurar entre as panelas. É criação! Quem curte escrever, desenhar, interpretar, compor, pintar... Invariavelmente vai amar a criação gastronômica. É viciante! E após nove meses entre erros e acertos, acho que pari a cozinheira que procurava: não quero mais sair de perto do fogão enquanto não fica pronto - toda criação é filha, prato não é diferente, vamos deixar "dando sopa" por aí? Com o perdão do trocadilho... E limpar a área enquanto o fogo faz a parte dele ajuda a por a ansiedade no seu devido lugar. Fora que tenho adaptado um treinamento budista durante o preparo: a gente usa a lavagem de pratos também para se "limpar", desejando que enquanto deixa talheres, pratos, panelas limpos, que nossa mente também se purifique. Enquanto vou cortando, peneirando, mexendo, também desejo que assim como transformo aqueles ingredientes, que minha mente também passe por uma alquimia e melhore.
Estes dias estava aguada por um doce - mas não serve um prontinho. É abstinência de misturar, sentir o cheiro, ver a cor, acompanhar o cozimento, pensar na troca de ingredientes que sempre faço, elaborar adaptações... Encontrei esta receita e ao invés de usar cacau substituí por farinha de coco e no lugar de cobrir com açúcar, passei geleia de morango... O amigo multicor, a mãe, a amiga e diarista aprovaram! O primeiro bolo vegano a gente nunca esquece! Sem caixinha, sem saquinho pré-ponto. Modéstia à parte, um "desbunde".
E para entrar no clima da sexta feira santa, embora não me considere católica há "zilhênios", arrisquei a "bacalhoada" sem bacalhau, mas ao invés de pimentão que detesto usei abobrinha e além de por azeitona nas camadas, incluí também palmito e champignhon. No cozimento das batatas usei manjericão, zathar,
pimenta rosa e Sabor a Mi azeite e ervas. Na hora de misturar na frigideira carne de soja à abobrinha, coloquei salsa desidratada, ervas finas, farinha de milho no lugar do amido, alho granulado, cebola em flocos e pó de caldo de peixe, para dar uma tapeada - isso que nem sou fã do bacalhau mesmo, mas tinha que entrar no clima do disfarce todo. Quase comi embaixo do balcão da cozinha para dar uma de Ana Maria Braga. Ah sim, como meu azeite acabou, completei a medida dele com óleo de coco, pelo qual estou "de quatro": é uma facada, mas dura tanto e tudo fica tão estonteantemente maravilhoso com ele, que vale o investimento. Também cismei que as batatas estavam sem gosto quando cortei para começar a fazer as camadas e repeti as pitadas dos temperos delas, além de por umas cinco colheres de sopa da água temperadinha com a qual cozinhei as cinco indicadas para usar na receita. As minhas não eram grandes como recomendavam e como pode conferir acima, faltou para a última camada, mas nada qu um tomatinho picado não resolva.
A receita falava em acompanhar com arroz, que agora só faço integral com óleo de coco e damasco, por conta da dica da minha prima. Uso os mesmos temperos já citados, mas o toque a mais aqui foi o alecrim, também não utilizei caldo de peixe. Como estava há tempos sem comer o azuki, um dos poucos feijões que encaro além do moyashi, cozinhei o restinho dele, com quase todos os temperos acima, exceto caldo de peixe e alecrim e a personalização neste caso foi o molho tarê. Não estou acertando muito a mão com ele, pois é a segunda vez que resolvo minha cisma de falta de gosto com o Sabor a Mi.
A cozinha é tão transformadora que entramos nela num estado de espírito e saímos noutro. Tudo bem que faço uma "almojanta", viajo no corte dos ingredientes, coloco em fogo baixo por recomendação da minha tia (segundo ela, os japoneses também cozinham assim) e meu fogão está desregulado, mas é tão meditativo! A alquimia não é só com o que se põe na panela não! É com a gente também.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Semiveganice: vamos para o abraço!

Minha colega da faculdade quer cozinhar "naturebamente" para fora comigo. Estou num cagaço ancestral (pois minha mãe virginiana é uma das criadoras do sadomasoquismo e passou uns genes de quinta categoria sem querer para mim). Minha estreia vendendo familiarmente foi ligeiramente desastrosa nos tempero, quantidade e valor. Mas tudo se aprende nesta vida. Queria estudar mais isso. E o que não quero aprender? Qual será o nome da doença de quem quer cursar tudo?
O color friend me chama de bruxinha
e eu recebo como elogio: elas são heroínas das minhas histórias
Ouvi que alguém tinha feito torta com massa de pastel e experimentei. Gostaria de descobrir como se gruda a massinha, pois ao cortá-la a dita cuja se desmonta toda. Continuo praticante do mistureba vegetariano de quem não tem tempo: carne de soja, arroz integral, tudo quanto é legume e tempero... O único porém é que o prato fica ligeiramente indecifrável. Vira uma pasta de nenê para adultos. E eu que me recusava a comer fruta amassada, só fui interagir com elas ao começar a segurá-las... Mas cozinhar cura e muito!
Semana passada aconteceu uma coisa muito marcante: quis parar de escrever para fazer carne de soja com palmito, azeitona, cogumelo e todos meus clássicos temperos para minha tia. Nunca antes na história desse país abandonei a paixão literária pela gastronômica. Acho isso bem significativo. O que achei
delicioso, ela achou "temperadésimo", não por acaso é irmã do meu pai, que avalia ter mais tempero que comida em meus pratos. Acho um charme o caos criativo que provoco em minha cozinha...
Inventei um shake vegano com o café, cupuaçu, avelã e alfarroba. Se não me render ao açúcar mascavo, identifico cada ingrediente nele. Tenho tentado produzir mais as fotos, só que esqueci o cabo de transferência do Nokia na minha amiga e o Bluetooth do computador se recusa a colaborar com o celular. Aguentem firme: na próxima vez que matar as saudades dela, encho este post de imagens. Por enquanto exercitem a imaginação.
Também mirabolei uma tapioca vegana com a goma e o molho pesto, que gosto tanto, mas tanto, que engulo de manhã, de tarde e à noite, do café da manhã ao jantar.
Tenho virado adepta do arroz integral com feijão azuki, com palmito, cogumelo, azeitona, manjericão, shoyo, mostarda, zathar, azeite, ervas finas, alho em flocos, alecrim, pimenta rosa (embora a gastrite talvez se ressinta justamente dela), salsa desidratada e tarê (este último, uma paixão desenfreada graças ao meu professor de videorreportagem) Para que tão bom santo Deus? Tenho tentado não usar Sabor a Mi Azeite e Ervas e gersal, para não fazer jus à
acusação de ter muito sal no que faço (fora que o sódio rouba o que interessa ao corpo na urina). Admito que morro de saudades deles. Devo confessar que fiz omelete: veganos, não me apedrejem, mas a grana está curta até para voltar à zona cerealista e vamos combinar? É sim, mais pesadinho para o bolso ser natureba. Por exemplo: caí de amores pelo óleo de coco. Um mísero potinho com pífios 200 ml pela facada de R$ 22! Certo, devo admitir que testei lugares que nem de longe valem a troca pela santa zona cerealista, como o mercadão do Ipiranga, mas minha gente, doem os braços e os ombros as idas e vindas mensais para
lá, mais o mercadinho do bairro que abastece a área de serviço com as feiras quinzenais (é, preciso voltar aos exercícios, o médico tem razão).
Estou em dúvida do que inventar hoje... E já salivando pela hora do almoço, que hora tão feliz!
Dei "um caô" na gastrite com um golpe de avó: fazendo chá de camomila toda hora do almoço e adoçando com mel. Tenho a mantido numa distância segura.
Quando tinha que comer alguma coisa que não gostava antes de cortar leite, derivados e carne, disfarçava com queijo. Ultimamente tenho usado shoyo, gergelim e pistache, por exemplo, no feijão,
que reintroduzi à dieta por precisar do ferro - não que seja lá muito fã dele. Outro bom repositor de ferro, de acordo com ex chefe de olho nos exames do filho é açaí diariamente na jantar - e só, que ele já vale uma refeição.
E nessa toada de cortar colesterol, aboli radicalmente as batatas fritas e empada que eram minha saída na forme emergencial na rua, prefiro vitamina sem leite (na verdade, um suco com a sustança de 2 ou 3 frutas), barrinha de cereal, broa de milho e às vezes não resisto ao pão na chapa.
Bagunçar a cozinha tem valido a pena... Nas últimas incursões nela, mandei bem, deixei gente elogiando e pedindo bis. E agora tenho lavado e varrido enquanto a coisa vai cozinhando ou assando, Há dias como a Bacalhoada sem Bacalhau, arroz integral com óleo de coco e damasco (sempre!), feijão azuki, gergelim, pistache e os temperos de sempre. Devo confessar que na Páscoa não resisti a meio quilo de bombom gianduia (já declarei aos 4 ventos que leite e derivado me dão cólica, mas a progenitora se recusa a aceitar, nem limar a carne a fez por as asinhas pra fora tanto com sua veia chantagista).
Acabei não fotografando, mas fiz um suco de tangerina, cenoura, pó de chai e mel que ficou a glória.
E vocês minha gente o que tem inventado?
Meu objeto de desejo atual é uma cuscuzeira... Quem diria!

segunda-feira, 11 de março de 2013

Só a cozinha salva!

Faz pouquíssimo tempo que me toquei que cozinhar me curou. Comecei a teimar em fazer receita natureba oito meses atrás, ainda na porta de saída da primeira e última depressão da minha vida. O cômodo favorito das bruxinhas me ensinou a metáfora da vida "desistir nunca, retroceder jamais" e neste domingo estava pensando que cozinhar é como a batalha dos nossos sonhos - irresistível e ingrata ao mesmo tempo. Madruguei no maior gás para fazer um leite e pão sem lactose e glúten para minha tia (minha prima torce que este é o começo do meu restaurante vegano, mas minha mãe virginiana brochante já perguntou se penso que é fácil administrar um). E nada me abateu! Fiz o leite de arroz conforme orientação da vendedora da Mundo Verde: deixei de molho arroz integral na véspera e fui adaptando a receita do leite de amêndoas, mas personalizando como esta mulher me deu a dica ontem: coloquei damasco e para comprovar que foi um amor à segunda vista acrescentei mel, canela e um pouco da pasta de alfarroba com avelã. Acho que venci o gosto inicial, mas vejamos o que minha tia, a mulher mais crítica de todos os tempos achará.
Fiz o pão sem glúten de acordo com essa receita: "Pão sem glúten (ciclo 7 - ultrarrápido)
Rendimento: 1 pão de 600g
Ingredientes:
2 colheres de sopa de semente de chia + 6 colheres de sopa de água - deixar descansar 10 minutos 1 copo de leite vegetal de sua escolha (costumo usar leite de amêndoas caseiro) 2 colheres de sopa de óleo vegetal (costumo usar óleo de côco) 1 colher de chá de sal marinho, se quiser um pão neutro (se quiser salgado colocar 2 col. chá) 3 copos de farinha sem glúten (já usei beladri e ammina) 1 pacotinho de fermento biológico instantâneo Modo de preparo: Retire a forma da máquina de pão, coloque todos os ingredientes na ordem da receita. recoloque a forma na máquina, feche a tampa, programe o ciclo indicado e a cor desejada.*obs:  Copo = copo medida da máquina, de 240 mlJá fiz sem a máquina tbém, bato tudo na batedeira, coloco em assadeira e deixo crescer uns 20 min e depois levo ao forno médio".

Mas estou com medo de experimentar pois meu forno está desregulado e quem postou nas comunidades natureba do Face não deu o tempo de cozimento. Pelas fotos, estamos igualmente feiosos. De novo espero e torço pelo que tia crica achará. Ai, ai, ai!
Daí descubro que com o que coamos dos leites vegetais dá para inventar mil e um pratos. Escolhi estes biscoitinhos para aproveitar o que sobrou do leite de amêndoas e estes hambúrgueres para o resíduo do leite de arroz.
Com os biscoitos a adaptação foi usar geleia de morango e damasco. Detalhe: não abria o potinho do primeiro ingrediente furando, esquentando na boca do fogão ou contando com a ajuda do vizinho. O que me salvou foi seguir a dica da madrinha: ferver água, por toalhinha nela, jogar com garfo em cima da tampa e depois tirar um sarro: "pra que marido"? Acho que ficaram razoáveis e minha mãe, pra não perder o costume, reclamou que não dá pra identificar o que tem na receita. Oi? E precisa?
Fazendo os hambúrgueres preteri a cebola e usei manjericão, Sabor a Mi azeite e ervas, ervas finas, salsa, caldo de peixe, chia e alho granulado. Estes achei "maragoldiamond", como diria a piriguete da penúltima novela. A receita falava em usar papel manteiga, claro que não tinha itens tão específicos na casa, mas minha mãe trouxe uma blusinha salmão embrulhada num papel quase igual (de acordo com meu amigo artista plástico, é o vegetal, grudou tudo depois, mas no teatro comemos papel comum em cena, então este também não deve fazer mal).
Comecei bem a esbórnia gastro semi vegana: com o leite de amêndoas, que foi paixão à primeira vista. O ponto de partida foi esta receita, mas personalizei usando água de coco, pondo mel e canela, que já tinha lido noutros sites e ouvido dica de um vegano. O que foi esta bebida santo anjo do senhor? Orgástica. Repeti com café para beber gemendo os dois leites e descobri que com eles meu estômago não dá crepe. Lembrei do meu amigo que trabalha com percussão corporal, pois uma vez perguntei pq não vendia os quadros dele, só faltava ter bronca de quem queria comprar: também me apeguei assim à obra de arte criada. Gastronomia também é arte! E sou uma budista de araque.
O amigo multicor vinha de uma feira, imaginei que como eu quando cobria estes eventos tinha comido só "bobajitos" e também estava aguada por massa com pesto depois de tanto tempo sem matar as saudades do molho apresentado pelo meu vizinho chef. Cozinhei o macarrão de arroz "sessenta anos" que o catzo do fogão está desregulado (será que quando arrumá-lo deixo de errar a mão numas receitas?) e bati a folha verde escura que "dona Lu" trouxe da feira (acho elas tão parecidas, só que minha mana japa diz que isso é heresia) com manjericão, alho em flocos, Sabor a Mi Ervas e Azeite, mais azeite, pistache, castanha e avelã picados, também por inspiração desta irmãzinha nipo adotada vida afora. Dá gosto de ver neguinho repetir, assim como dava vontade de rodar a baiana quando a filha do "figura" torcia o nariz - só assim entendi o quanto "ispizinhei" minha mãe fazendo greve de fome na infância.
Fiz ainda minha sobremesa favorita: cupuaçu batido com avelã e alfarroba do Mundo Verde (este potinho é uma baita facada, ainda preciso comprar a soja com avelã da Coop, mas cozinhando tem me dado uma saudade do carro, pois é a maior peregrinação atrás de trocentos ingredientes diferentes em vários mercados de diversos lugares). Só na motoca... Amigo com todas as luzes do arco íris, captou o convite? Haha
Pensa que acabou? Fiz unha, banho de creme, depilei a perna, lavei a roupa e na véspera dei uma geral na casa, abrindo espaços em mim também. A gente faxina o apê e a alma. Dá uma organizada na "esbórnia mental". E esta fase rosa tem feito a bruxinha e a fada madrinha fazerem as pazes dentro de mim. Sem resvalar nos amores - antigos e aparentemente recém despertos. Se baixar uma "nhaca", ao invés de dizer para sair deste corpo que não pertence a ela, eu, se fosse você, ia para as terapêuticas panelas. Para ansiosas é um santo remédio: tem que por a mão na massa o tempo inteirinho, não sobra tempo de estressar pq dependemos de retornos de terceiros que nos dão aquela canseira na comunicação e arte. Na cozinha não: é tudo tempo real!