domingo, 30 de junho de 2013

Minha cozinha, meu oásis

Neste finde me vangloriei de dormir como "uma Mendonça". Saí da cama para comer, pensei em meditar, o travesseiro e o endredon me chamaram, achei falta de educação deixá-los falando sozinhos, capotei e acordei na hora do almoço. Que vitória para uma ansiosa patológica! Fui direto para minha cozinha, meu oásis, já que a perna sem permitir apoiar, encostar, esticar a contento não me deixaria dançar no Sesc.
Tirei da geladeira o feijão azuki e o fradinho e a carne de soja que me esperavam em banho Maria há uma semana. Em tempo: saí correndo para almoçar na minha tia semana passada e passei as noites semanais abduzidas por filme, terapia, quase fim da iniciação literária, show da Marina de La Riva e...? Estou precisando de ômega três. Como minha coordenação
melhorou e já piloto três panelas, numa cozinhei risoto de espinafre (devo confessar que ele vem semi pronto da Zona Cerealista) com pimenta rosa, tarê, cebola em flocos, leite de coco, damasco... Aqui me rendi ao gersal para ficar mais ou menos equilibrado (há mil anos amei a mistureba doce e salgada dos sogros gaúchos da minha amiga, mas às vezes, as minhas...suspiro). Mandei razoavelmente digamos assim. Ah também coloquei zathar, que quase esqueci este temperinho árabe do lado do fogão.
Eu que não sou fã de feijão, mas me rendi a ele por ter tirado a carne e "é o que temos para o almoço no trabalho", cozinhei o fradinho com azuki, Sabor a
Mi Azeite e Ervas, shoyo, azeitona e o caldo de peixe que na verdade é pó. Aqui também me rendi ao zathar depois. Ficou proibitivo para hipertensos, mas me livrei do gosto de feijão. E dei uma quase queimada da mania de cozinhar indo para a Internet. Mas não lembrando ser obrigada a comer arroz com caldinho dele na infância tá valendo!
Por fim fiz a carne de soja que imita a moída com ervas finas e limão, manjericão, gengibre e gersal. Este eu curti, mas sou suspeita para falar, já que por ter aprendido a gostar de comer e querer cozinhar com culinária indiana, costumo pesar a mão no tempero. E a trilha sonora foi...
Fui com amigos ver dança contemporânea no centro (a gente pode não ganhar lá nenhuma fortuna, mas a
diversão é por conta da casa), discutimos política numa padoca da Angélica, fizemos pit stop num boteco da Aclimação para se abastecer de álcool, debatemos espiritualidade (meu amigos né, pq acho que desaguei retardatariamente as carcaças emocionais corporais que minha colega massageou 2 dias antes), fizemos compras, tomamos café, ganhamos aula de fotografia gratuita, curtimos preguicite dominical (gente, que trilha sonora para cochilo diurno sensacional que é o futebol, tinha esquecido) e voltei para casa ainda no espírito "bruxinha na cozinha".
Desta vez arrisquei a receita de bolo de alfarroba com coco, mas substituí o açúcar por mel, coloquei canela, tâmara e damasco picados. Um bom eufemismo neste caso é que ficou marcante.
Meu forno me deu perdido! Ficou horas cozinhando e acho que ainda não fez o que devia com a massa. Mas amanhã mais frio testarei de novo com geleia de morango em cima, como faço com o bolo maluco, que já caiu nas graças da família e amigos. Para esta brincadeira a a trilha foi...
Já torpedeei tudo que é amiga, me revoltei com o povo estourando fogos de artifício com dinheiro sendo gasto onde não devia, conferi o som que minha amiga ouviu ontem, botei roupa na máquina, lavei a nhaca da rua no chuveirão, dei o relatório do dia para o GPS da minha mãe... E agora não tem escapatória: tenho que encarar a compressa gelada
que doeu "pra daná" sexta. Jesus que acode rs!
Antes de "fechar a barraca" (corram para as montanhas, dormirei cedo ao término de um finde com quantidade de atividades equilibradas hehe), compartilho outra tapioca vegana: com creme de cacau e avelã, raridade encontrada também na Zona Cerealista) e mix de café com açaí, que li originalmente no restaurante do meu colega, mas também coloco canela. Um coquetel molotov para quem é 220 voltz como eu. Agradecimentos especiais para os gatinhos da amiga, dos quais estava com saudades. E misericórdia como posso conseguir estar caindo
pelas tabelas depois de desgrudar dos lençois ontem meio dia? Vou me para os braços de Morpheu!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Experimentações gourmet recentes

Estou em dívida com minha cozinha e o blog. Minha culpa, minha máxima culpa! Fazer igual mãe: dar as boas novas antes das más. O bolo de saquinho diet ou light que compro no Armazém Paulista da Zona Cerealista deu certo customizado neste finde: ao invés de água, suco de laranja com casca (isso já é palpite da amiga diarista com quem amodoro cozinhar), meia banana no lugar do ovo para dar liga (que desta fruta no geral gosto só dela mesma e não de seus doces melados), acrescentei 1/3 de colher de chá de canela na esperança de que seu Benedonça (meu pai garoto enxaqueca reclamão) experimentasse pois vive reclamando que tem demais este ingrediente em tudo que é doce que faço, embora jure de pé junto por só esta medidinha aí de nada (que seria da ironia dos Mendonça sem nos alfinetar? Ele o fez por dois dias seguidos no final de semana), uma colher da Nutella genérica (tem cacau e avelã, só dispensa o leite) e na hora de untar a forma usei leite de coco, que estou igual baiana, metendo ele em tudo que é receita. Deve ter dado certo, pois levei para a festa junina vegetariana (que de acordo com minha tia, só eu arrumo uma tão alternativa) lá da escola de yoga da minha amiga e nem o plástico em que foi posto na mesa foi encontrado para voltar ao meu apê no fim. Foi uma delicinha aquele quentinho de bolo na mão sábado à noite naquela friaca toda digna desta festa. Adorei tomar banho de cheiro de fogueira, só não sabia que ela podia arder os olhos e no dia seguinte mesmo depois de me lavar e besuntar com desodorante, hidratante, cremes 1 e 2 para o cabelo ainda sentia o aroma dela enfronhado em mim (ok, que nariz maaaala). Sou boa em bolos, mas uma negação em pães, quem sabe um dia supere isso e descubra o mistério de Fátima de acertá-lo?
No outro dia tive uns cinco minutos de fazer esta torta adaptada na minha irmã postiça que ainda está de molho. Tá certo que vivo trocando legumes e temperos dos ingredientes recomendados online, mas domingo eu chutei o balde. Depois da coisa já em andamento, não encontrávamos o fermento, quando achamos ela quis testar na água, mas não estava "dando no couro" e ainda assim coloquei um pouco botando fé de que quando acreditamos funciona. Depois ela também achou que maisena daria liga (bem, mas o fermento não é exayamente para isso). No lugar do palmito, cogumelo e azeitona incluí berinjela, cenoura e alcaparra. Fora que os temperos são da cestinha dela e não conheço como os meus, só fui colocando uma pitadinha de nada no liquidificador junto com a massa, já que quando fritei o recheio errei na mão e tive que lavá-los, pois ela não ia comer com aquela overdose de pimenta (não entendo pq quem não se dá com ela a tem entre seus potinhos, mas tudo bem). Está sem foto pois quando estava no forno, saí correndo para encontrar outros amigos e ir ao teatro. Ela disse que ficou comível e ainda tenho que passar lá para pegar os legumes, que estão me esperando desde domingo depois de pegar o fim da feira baratinho perto de casa (pois tem coisas que só a periferia faz por você) e ir almoçar com ela. Descobri ainda que post it é utensílio de primeira necessidade na cozinha: facilita conferir a receita na parede.
Legal mesmo era minha reinvenção de bebida cedinho: café (devido ao vício de lembrar da máquina em que meu avô trabalhava cento e cinquenta anos atrás no norte do Paraná), mais suco de maracujá (para quem sabe me deixar menos elétrica), açúcar mascavo (para quebrar o azedo da fruta) e canela. Sem imagem pois estava sonada demais para lembrar de registrar este furdunço líquido.
Bom mesmo foi o arroz integral que minha segunda mãe (disfarçada de diarista) me fez com brócolis, mas este acho uma receita "a prova de atrapalhada", Deus e o mundo faz, daí não fazia muito sentido registrar. E faço finalmente a justa homenagem ao omelete da dona Sandra, que nos abastece aqui na firma e "nunca antes na história deste país" comi um que parecesse uma panqueca, já que ela bate tudo separadinho, nem minha madrinha faz tão artesanal assim e ainda põe farinha de trigo para dar liga ou cumprir sei lá que função. Pensa o que? Baiana também é porreta com ovo, embora eu diga que para mim "qualquer nota" tá valendo no lugar da carne. Só para constar, afofei. Já estou ganhando lugar de grávida no transporte público. Espero que seja só gentileza do povo que me vê carregada de sacola. Só me falta ter que voltar  avisar que é só gostosura em 3D e não bebê a caminho, como uns aninhos atrás. E bate na madeira, só para garantir!



segunda-feira, 3 de junho de 2013

Receitinhas retardatárias

Não lembro se já dei o devido crédito, mas acho que teimar em cozinhar até que as coisas ficassem comíveis me tirou da deprê ano passado e me deu a metáfora mais verdadeira da vida: "desistir nunca, retroceder jamais". Ando meio sumida por motivos trabalhísticos, mas pondo a mão na massa de vez em sempre, o que é mais prazeroso com minha segunda mãe, a diarista amiga da família.
Essa foi uma lentilhada vegetariana vinda da zona cerealista, com soja, pimenta rosa, ervas finas, salsa, zathar, Sabor a Mi ervas finas e azeite, caldo de peixe que na verdade é pó, gersal... Será que esqueci algum? Ficou meio seco... Salvei com azeite de verdade depois de fazer, pois aprendi que esquentar o azeite colabora pra detonar nosso colesterol, mas para minha ATM foi um suplício pq estralava e doía meu maxilar, embora estivesse gostoso... Deu uma novelinha para acabar por conta da dor mesmo... Esse copo é da série "não resisti ao Spoleto e suas massas Santa Ceia, vai até a vó no meio"...
Pão para mim é um mistério de Fátima. Até hoje devo ter acertado um, mas sou brasileira e não desisto nunca. Foi a receita de pão vegano daqui: http://www.veganismo.org.br/p/receitas-veganas.html. O negócio já é dificultoso com receita normal, imagine vegana! E em duas formas, ficou assim... Meio sem sal, sem açúcar, sem fofurice... Só a ricota de mentira da minha diarista ou outra cobertura docinha salvavam. Comi de teimosa, pq não dá pra me conformar de ficar lá trocentas horas sovando e o dito cujo se fingir de morto na hora de mostrar resultado... É deprê minha gente! Minha amiga diz que o negócio do pão é sovar a massa pra abstrair das nhacas da vida, mas tenho uma aflição de ficar com massa grudando até no meu tímpano, que Deus me livre (algum planeta do meu mapa deve estar em Virgem).
O pão de "queijo" faz de conta que foi num dia em que cismei de cozinhar até as duas da manhã... De um domingo. Meus vizinhos são uns santos de não dar parte de mim na polícia ligando liquidificador de madruga. Mas enfim, a receita original foi: http://www.veganismo.org.br/p/receitas-veganas.html. Só que minha gente, adaptação tem limite! Além de por purê semi pronto no lugar da batata, ainda coloquei leite de soja no lugar do leite da vaca. Ficou assim meio puxa puxa. Comi meio que na penitência, curiosa de saber se seguir a receita ao pé da letra engano direitinho o paladar, viciado em temperaida, digno de quem aprendeu a comer e quis cozinhar na culinária indiana (que como vocês sabem, é leve como a baiana).

Não que fazer críticas gastronômicas seja meu forte, mas há pouco tempo quis matar a saudades do Achapa, onde comi quando ainda era carnívora (afinal onívera numa posso me gabar de ter sido, já que nunca comi de tudo). O ambiente é bem gracinha e fui conferir se tinha opções pra vegetarianos na hamburgueria. Não só para eles, como para veganos também - milagres acontecem! Mas a maníaca aqui esqueceu como são exagerados estes pratos e como pra eles ainda como feito passarinho. Fui de opção vegetariana e ainda pedi frapê de coco. Quase morri pra dar conta de tudo, o que deve ter levado uma década e meia. Está bom pro filho do meu amigo do restaurante Broto de Primavera, apaixonado por uma trash food veg. Eu já cheguei à conclusão de que ou encaro um, ou o outro. Legal que é tudo com ingrediente orgânico e tem uma opção sem pão, olha que leve, tenho que me fiar nesta da próxima vez que enfiar o pé na jaca...
Esse eu faço pela segunda vez e já teve aprovação de uma figura que achava que estava pegando o dito cujo pelo estômago [pausa para rolar de rir]. A receita é esta: http://allrecipes.com.br/receita/7736/bolo-maluco-de-chocolate.aspx, mas como não resisto a uma adaptação... No lugar do cacau/ chocolate, coloco farinha de coco e ao invés de baunilha, canela. Também cubro com geleia e no outro link que me inspirou começar com esta receita, diziam para peneirar - o açúcar mascavo, a farinha de coco e a de trigo integral que ficam na peneirinha também vão pra cobertura. Como estou com problemas com meu forno temperamental, quase queimei o fundo - digo quase pq deixo bem mais tempo do que recomenda a receita, mas quando queimo mesmo corto o fundo, o que não foi preciso neste caso.
Não tirei foto mas tentei inventar um "smoothie vegano" com leite de soja, polpa de maracujá e café. Precisei abrir mão dumas colheres de açúcar mascavo, mas ficou bom e é uma tentativa de diminuir o quanto o café me deia irriquieta e sou viciada nele.
O que devo cortar de vez do meu cardápio é vinho. Tomei de sexta pra sábado com uns amigos, já sentia a melancolia chegar sorrateira, desconsiderei mas em compensação, sábado estava insuportavelmente corta pulsos. Como se não bastasse ainda vi este filme: https://www.youtube.com/watch?v=9oDOxvN8ivg, que começa e se desenvolve cutucando a gastrite, mas termina menos down que Ensaio sobre a Cegueira (pelo que me contaram, pois este último não consegui ver, nem ler o livro do Saramago que inspirou). Meu terapeuta disse que tem vinho sem álcool. Alguém já fez um test drive? Pô, meu tio terceira idade trata o Parkison tomando cerveja sem álcool bonitinho e pela faixa etária podia ser teimoso como meu pai, que toma alopatia contra hipertensão e diabete, mas dá-lhe pinga, suspiro e cerva. Não posso mais dar uma de criança crescida batendo o pé no chão. Foi uma boa despedida Gato Negro. Gozado que a cerva semanal com os amigos do curso de roteiro não fazia isso comigo. Pq raios? Quem sabe uma Malzibier de vez em nunca...