domingo, 7 de dezembro de 2014

Comer com os olhos e sonhar pedindo bis

A parte que me coube nesse latifúndio foi providenciar chita
para a mesa e dar a pista: é da roça e "bãodimais sô"
Ganache, rapadura, torta de legumes, focaccia doce para partir com as mãos, caixinhas de bolos ingleses cuidadosamente preparados, iogurte com cerejas, milho, doce de leite, queijadinha... Por meses minhas aulas de canto em trio foram temperadas com sonhos gastronômicos assim: amassados, acompanhados e reiventados pela musicista, culinarista mineira que trem bão sô, fessora e aspirante a marqueteira em forno da Marina De Castro Assis.
É, eu falaria das minhas criações aqui. Mas estou abrindo a guarda para quem faz mais e
Minha paixão dos olhos d´água também quis se deliciar
melhor que eu. As minhas eu me delicio, mas fico sem graça de oferecer: a apresentação não ajuda, a textura às vezes não colabora e como diria meu pai, tem mais tempero do que comida no que preparo. Entonces, dei uma retraidazinha por sem gracice e ensaio de deprê mesmo. Mas uma paixonite que está por vir pode estimular meu avental e mãozinhas a aprontar de novo - aguardem!
Eu e o ex estudante da Marina estimulamos tanto que ela cozinhasse, que perdemos a profe: o apartamento dela agora é a casa da vizinha que vendia chup chup lembra? Passo tardes lá e ouço os do andar de cima ou de baixo retirarem encomendas e na Internet os do prêdio á frente e de trás se estapeiam virtualmente pelas criações recém fotografadas ainda cherando quente.
A amiga e gourmet super caseira tem razão: cozinhar é o exercício do afeto recriado, fermentado e partilhado. Os amigos e parentes ontem ameaçaram ligar para a pizzaria ou - credo em Deus - ao Habib´s com o suspense do que estava por vir. Só que quando a quituteira de Santo André botou o pé em casa... Só dava gente comendo e rezando, comendo de joelhos, comendo e gemendo. A família não me aceitará no fim do ano sem repeteco. Eu estou com medo de voltar à cozinha encontrar rastros das delícias e por a perder a intenção velha de guerra "gostosa ano que vem... Só que não"!
Brigadeiro de mel, tâmaras e damascos nas focaccias, alecrim na torta aerada vegetariana... Pergunta quem reclamou de falta de carne no cardápio! É ruim heim? Só dava o povão repetindo, lambendo os lábios e dedos. Já ganhou um presente assim, para a posteridade dos sentidos gustativos? Dá até vergonha de voltar ao meu laboratório natureba terapêutico. Queria estar mais perto, acertar a mão na massa, descer com presentinhos de fumacinha avisando o capricho, agradecer massageando, trocando versos, crônicas ou historinhas... Que mineiro quando põe no forno é para roubar a cena uai!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Escapadas naturebas pela cidade

A ideia desse blog era falar sobre MINHAS façanhas culinárias. Elas levaram mais de 30 anos para acontecer e até hoje tem quem não acredita que esteja aprontando minhas "petulâncias gastronômicas". Foi tanto tempo ouvindo da minha mãe para não chegar perto do fogão, que bem, levei mais a sério do que deveria. Também ia enterrar o Semi Vegana, pois ando "filando boia na mãe "para dar mais tempo de procurar free lancer. Só que esta semana resolvi voltar aqui por ter experimentado uma sobremesa orgástica no Makis de São Caetano. Sei que não valia falar da comida fora da minha cozinha, mas bem, essa realmente vale a contravenção dos "princípios blogueiros editoriais" desta página.
Para começo de conversa fui lá tentada por outro blog, o Luz no Fim do Túnel, que falou num suco com uvas da marca Bombom, mas claro que não encontrei. De qualquer forma, no Makis de São
Caetano me deliciei com os temakis de sempre e lá para as tantas, "enfiei o pé na jaca" e pedi esta espécie de sushi com marshmellow de chocolate preto e morango. O negócio era tão absurdo que fez aquele silêncio na mesa, até que tirei um sarro como quem "comeu palhacitos":
- Caramba, não preciso mais fazer amor hoje.
- Não te trago mais aqui. - brincou o namorado.
Que bom que ele tem senso de humor. A "lombriga" agora é voltar e comer o de chocolate branco, que tinha acabado sábado. E olha que geralmente nem ligo para marshmellow!
Esta semana comprei várias delicinhas naturebas orientais na loja ao lado do meu médico que fica na Santa Cruz e matei a vontade do tal suco Bombom com uvas. É um sonho mesmo. A latinha fica até pesadinha. E a gente com água na boca.
Para completar, antes de dar aula no começo da semana comi graviola com manga no Tigela, também na Vila Mariana. Amodorei, pena que sempre que como qualquer coisa muito gelada, a sinusite doi. Daí tento equilibrar com água morna, mas nem sempre funciona. A pergunta que não quer calar é: onde encontrar pasta de graviola para fazer isso em casa?
Para não dizerem que só como em lugar "meio chiquetoso", matei as saudades do açaí de São João Clímaco - esse não tem link, é periférico mesmo. Cada vez que subo no "centrinho" do bairro paro em um dos carrinhos que vendem. Estes dias curti comê-lo com paçoca desidratada. Continuo não me conformando com quem põe M&M, leites condensado ou em pó. O bicho já é doce o suficiente! Quem quiser conhecer este escreve para combinarmos uma visita "na minha quebrada". Para os que gostam de caçar delícias escondidas na cidade, esta foi experimentada na Estrada das Lágrimas, na frente do Bradesco, em frente ao Heliópolis.
Amanhã é dia de voltar à zona cerealista e parar de comer doce natureba, pois hoje foi a tarde e noite com bolo integral de cenoura, manju... Não tem jeito, vou postando por aqui "de quando em vez". Ah, ainda não cozinhei para o bonito que me levou ao japa no final de semana. Ele já reprovou a geleia diet de jabuticaba lá da Avenida Mercúrio. Será um desafio e tanto! Aguardem cenas dos próximos capítulos...