A parte que me coube nesse latifúndio foi providenciar chita para a mesa e dar a pista: é da roça e "bãodimais sô" |
É, eu falaria das minhas criações aqui. Mas estou abrindo a guarda para quem faz mais e
Minha paixão dos olhos d´água também quis se deliciar |
Eu e o ex estudante da Marina estimulamos tanto que ela cozinhasse, que perdemos a profe: o apartamento dela agora é a casa da vizinha que vendia chup chup lembra? Passo tardes lá e ouço os do andar de cima ou de baixo retirarem encomendas e na Internet os do prêdio á frente e de trás se estapeiam virtualmente pelas criações recém fotografadas ainda cherando quente.
A amiga e gourmet super caseira tem razão: cozinhar é o exercício do afeto recriado, fermentado e partilhado. Os amigos e parentes ontem ameaçaram ligar para a pizzaria ou - credo em Deus - ao Habib´s com o suspense do que estava por vir. Só que quando a quituteira de Santo André botou o pé em casa... Só dava gente comendo e rezando, comendo de joelhos, comendo e gemendo. A família não me aceitará no fim do ano sem repeteco. Eu estou com medo de voltar à cozinha encontrar rastros das delícias e por a perder a intenção velha de guerra "gostosa ano que vem... Só que não"!
Brigadeiro de mel, tâmaras e damascos nas focaccias, alecrim na torta aerada vegetariana... Pergunta quem reclamou de falta de carne no cardápio! É ruim heim? Só dava o povão repetindo, lambendo os lábios e dedos. Já ganhou um presente assim, para a posteridade dos sentidos gustativos? Dá até vergonha de voltar ao meu laboratório natureba terapêutico. Queria estar mais perto, acertar a mão na massa, descer com presentinhos de fumacinha avisando o capricho, agradecer massageando, trocando versos, crônicas ou historinhas... Que mineiro quando põe no forno é para roubar a cena uai!